A recorrente falta de chuvas no RS tem tornado crítica a situação das pastagens, em especial em locais de solos mais rasos ou com textura arenosa, paralisando o crescimento dos campos nativos e das pastagens cultivadas. Muitas espécies forrageiras já não suportam mais o pastejo e a redução na oferta de pastagens tem levado muitos produtores a aumentar o uso de silagem e feno, ou a ajustar a lotação de animais a campo. As informações são do Informativo Conjuntural divulgado na quinta-feira (30) pela Gerência de Planejamento da Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seadpr).
As poucas chuvas permitiram fazer a adubação em cobertura, melhoraram a disponibilidade de algumas espécies cultivadas e do campo nativo nos locais onde o solo conseguiu reter mais umidade.
Além disso, as altas temperaturas durante o dia, somadas a ventos constantes, têm feito com que os produtores que irrigam as pastagens o façam maximizando o uso da tecnologia acionando os sistemas de irrigação durante a madrugada.
Bovinocultura de corte
Perante o desenvolvimento das pastagens, as condições dos rebanhos variam muito. Onde ocorreram precipitações e as forrageiras conseguiram ofertar alimentos, os rebanhos apresentam ganho de peso, em especial os animais conduzidos em áreas de pastagens anuais de verão. Já onde a estiagem está restringindo o desenvolvimento das plantas, os bovinos vêm tendo dificuldades para manter o escore corporal.
A incidência de carrapatos continua significativa, demandando o monitoramento e a aplicação frequente de antiparasitários.
Por fim, os rebanhos estão em plena temporada reprodutiva, na qual são realizados entoures, inseminações e protocolos de inseminação artificial em tempo fixo (IATF).
Bovinocultura de leite
O baixo índice pluviométrico diminuiu a quantidade e a qualidade das pastagens e a capacidade de suporte forrageiro aos animais; porém, as matrizes que continuam recebendo suplementação vêm mantendo as condições corporais.
Ovinocultura
Os rebanhos seguem com bom estado corporal, mesmo com a menor disponibilidade de pastagens. A conformação mais baixa das espécies campestres favorece o consumo pelos ovinos. A falta de chuvas diminuiu a incidência de verminose e de problemas de casco.
Na maioria das propriedades, as matrizes e os reprodutores estão sendo preparados para a reprodução. Em algumas, como nas criações laneiras, os produtores já iniciaram a temporada de cobertura.
As lavouras de milho destinadas à silagem estão ficando comprometidas em decorrência da falta de chuva. Como forma de evitar a perda total, as plantas são cortadas antes do período correto, e por isso a silagem terá menos qualidade, conforme a Emater.
Fonte: Emater/RS-Ascar