A falta de chuvas na região Sul do país é destaque da última edição deste ano do Boletim de Monitoramento Agrícola, Cultivos Verão (Safra 2021/2022), divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na quinta-feira (23). A análise, que abrange o período entre 1º e 21 de dezembro, enfatiza os efeitos da falta de chuvas para a soja e milho, que já apresentam prejuízos.
Além de baixa precipitação, a análise constatou irregularidade na distribuição de chuvas no período, com os maiores volumes sendo registrados entre 15 e 21 de dezembro. “A Metade Oeste do Paraná, o Oeste de Santa Catarina, além do Noroeste e Centro do Rio Grande do Sul, registraram os menores níveis de armazenamento de água no solo e precipitação, apresentando condições desfavoráveis ao desenvolvimento dos cultivos de verão”, explica o relatório. Essas condições ocorrem pela influência do fenômeno de La Niña.
Devido a esse cenário, “há expectativa de redução da produtividade para a soja e, principalmente, para o milho 1ª safra, em função da predominância de lavouras em estádios mais avançados e suscetíveis às restrições hídricas”, confome o boletim. Por outro lado, o desenvolvimento das áreas de arroz é considerado bom. Esse resultado positivo é atribuído ao sistema de irrigação por inundação, que apresentou reservatórios em níveis satisfatórios.
Soja
“A ocorrência de chuva nos próximos dias é fundamental para a conclusão da semeadura e também para o desenvolvimento das lavouras semeadas mais cedo”
– Boletim de Monitoramento Agrícola, Cultivos Verão (Safra 2021/2022)
No Rio Grande do Sul, a baixa umidade no solo, decorrente da falta de chuvas, reduziu o ritmo de semeadura. Além disso, o desenvolvimento das plantas é considerado lento e os tratos culturais não podem ser realizados por causa dessa restrição. “A ocorrência de chuva nos próximos dias é fundamental para a conclusão da semeadura e também para o desenvolvimento das lavouras semeadas mais cedo, que já iniciam a floração”, enfatiza o boletim. As lavouras semeadas mais tarde apresentam problemas de germinação.
Milho
A falta de chuvas, que se estende desde a segunda quinzena de outubro, prejudicou o desenvolvimento das lavouras de milho no estado. Apesar disso, a semeadura chegou a 91% da área prevista. A seca acelera a maturação, que já chega a 7% da área. Das lavouras implantadas, cerca de 58% está em floração e enchimento de grãos, fases críticas que necessitam de chuvas, conforme a Conab.
Arroz
A semeadura do arroz no RS já está finalizada. As condições climáticas têm favorecido a cultura, com ótima radiação solar, temperaturas altas durante o dia e amenas à noite. “A falta de chuvas em muitas regiões do estado não tem impactado diretamente à cultura, mas reduz o nível dos mananciais”, afirma o relatório.
Paraná
O desenvolvimento da soja no estado é considerado bom. No entanto, algumas regiões também são afetadas pela falta de chuvas. No Oeste do Paraná, esse fator junto às altas temperaturas tem afetado principalmente lavouras em estádios mais avançados, como floração e frutificação. O milho está totalmente semeado e 77% das lavouras estão em boas condições. Novamente, algumas regiões são mais afetadas com restrições hídricas.
Santa Catarina
As lavouras de arroz do estado estão majoritariamente em desenvolvimento vegetativo e apresentando boa evolução. Para esta cultura, o clima tem sido benéfico, “inclusive com a retomada de dias ensolarados, com maior incidência luminosa e temperaturas médias adequadas”, descreve o relatório.
Com informações da Conab