A falta de chuvas em um dos momentos mais críticos do desenvolvimento já causa problemas para os sojicultores. Novembro e dezembro foram meses secos no Rio Grande do Sul, com chuvas muito abaixo do normal. No entanto, caso a falta de precipitações persista nos próximos meses, a situação pode se agravar ainda mais.
“Ainda é cedo para se falar em prejuízos irreversíveis”, pondera o agrometeorologista da Embrapa Trigo, Gilberto Cunha, em entrevista realizada em meados de dezembro. Entretanto, a falta de chuvas neste momento já prejudica o estabelecimento e formação inicial das lavouras, um momento importante para o desenvolvimento. Ainda assim, essa fase não é a mais afetada pela estiagem.
Cunha ressalta que a soja “tem uma grande capacidade de recuperação”. O período mais crítico para a planta é após a floração, quando inicia a formação de legumes e a fase de enchimento de grãos. Essa fase abrange os meses de janeiro, fevereiro e começo de março. Portanto, a ocorrência das precipitações é fundamental para a recuperação e desenvolvimento das plantas. Felizmente, as previsões atuais apontam para chuvas até acima do normal no primeiro mês do ano.