Economia

Agropecuária puxa recuo do PIB do RS no terceiro trimestre com queda de 10%

A economia do Rio Grande do Sul registrou queda de 3,5% no terceiro trimestre de 2021 em relação ao trimestre anterior. O setor que mais impactou na diminuição foi a Agropecuária, com queda de 10%. “Assim como a Agropecuária auxiliou o Estado no trimestre passado, a falta de expressividade desse setor no terceiro trimestre e a própria base alta do período anterior explicam a queda na margem”, destaca a pesquisadora e coordenadora da Divisão de Análise Econômica do DEE/SPGG, Vanessa Sulzbach.

Quando comparado com o mesmo período do ano passado, no entanto, o Produto Interno Bruto (PIB) do estado apresentou alta de 4,2%. Os números do trimestre que vai de julho a setembro mostram que o Estado teve queda superior à do Brasil (-0,1%) na comparação com os três meses anteriores e melhor desempenho quando a referência é o mesmo período de 2020 (4,2% contra 4,0%).

No acumulado do ano, de janeiro a setembro de 2021, a alta no PIB do Estado chega a 12,2%, enquanto no Brasil o crescimento é de 5,7%. Já na Agropecuária, o crescimento gaúcho é de 72,1% no mesmo período.

“No acumulado do ano, a recuperação da safra mais do que compensa essa queda marginal, contribuindo para um resultado de 12,2%, que também reflete a recuperação da Indústria e dos Serviços no ano”, analisa Vanessa. Os resultados da economia gaúcha no terceiro trimestre foram divulgados nesta quinta-feira (16) pelo Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (DEE/SPGG).

Trimestral

Em relação aos três meses anteriores, a economia do RS apresentou queda de 10,0% na Agropecuária, enquanto a Indústria (+1,7%) e Serviços (+1,5%) registraram alta no período. O desempenho do Estado ficou acima do nacional no segmento industrial (1,7% contra 0,0% do país) e nos Serviços (1,5% contra 1,1%).

Na Indústria de Transformação, a mais representativa indústria do Rio Grande do Sul, a alta no Estado foi de 0,2% nessa base de comparação, contra -1,0% no Brasil. Nos Serviços, a atividade do Comércio no Estado e no país registraram quedas semelhantes (-0,3% no RS e -0,4% no país).

Comparação anual

Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, a alta do PIB do RS ficou pouco acima da nacional (+4,2% contra +4,0%). O Estado superou o desempenho do país nos três principais segmentos da economia: Agropecuária, Indústria e Serviços.

Na Indústria, os destaques positivos ficaram com a Indústria de Transformação (+3,9%), Construção (+8,8%) e Indústria extrativa (+5,9%) enquanto a atividade de Eletricidade e gás, Esgoto e limpeza urbana apresentou recuo de 9,6%. Com maior peso no índice, a Indústria de Transformação teve resultado puxado pelas atividades de Máquinas e equipamentos (+24,5%), Couros e artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (+23,2%) e Metalurgia (+14,1%). Em baixa ficaram os Produtos do fumo (-36,9%), Veículos automotores, reboques e carrocerias (-32,4%) e Produtos de borracha e de material plástico (-8,2%).

Nos Serviços, a alta de 6,0% esteve relacionada com as variações positivas do Comércio (+7,6%), Transportes, armazenagem e correio (+9,4%), Serviços de informação (+10,0%) e Outros serviços (+12,0%). Entre as atividades comerciais, Outros artigos de uso pessoal e doméstico (+41,5%), Tecidos, vestuário e calçados (+31,4%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (+21,7%) tiveram os principais aumentos percentuais. Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-15,1%), Móveis e eletrodomésticos (-9,5%) e Hipermercados e supermercados (-9,4%) registraram as principais quedas no Comércio.

Acumulado do ano

De janeiro a setembro a alta de 12,2% do PIB do RS na comparação com o mesmo período de 2020 é sustentada pelo crescimento da Agropecuária (+72,1%), seguida das altas da Indústria (+11,8%) e dos Serviços (+3,9%). Na taxa acumulada dos últimos quatro trimestres, o PIB do RS teve variação de 8,8% contra 3,9% do Brasil.

Fonte: Secom/RS