Neste levantamento de safra, o Imea conduziu a pesquisa com os agentes de mercado, enquanto os analistas do Instituto percorreram os principais municípios produtores para avaliar o desenvolvimento das lavouras, resultando na revisão da produtividade projetada para Mato Grosso.
Em relação à área de soja projetada para a temporada 2023/24, o indicador permaneceu estimado em 12,13 milhões de hectares.
Na imagem 1, que retrata o Município de Brasnorte – MT em 09/01/2024, destaca-se a falta de chuva em Mato Grosso, influenciada pelo intenso El Niño nesta temporada. Isso resultou em dias quentes e longos períodos sem chuvas durante o desenvolvimento da soja em vários municípios do estado. Este cenário impactou negativamente na produtividade das áreas semeadas até o final de outubro/23, onde o regime de precipitação foi inferior ao necessário para o desenvolvimento das lavouras, encurtando o ciclo da soja e prejudicando o potencial produtivo das plantas. Além disso, observou-se um rendimento ainda mais crítico nas áreas que têm o algodão como sucessão, devido à antecipação do plantio da oleaginosa em função da preocupação dos produtores com a janela ideal da segunda safra. Assim, a produtividade esperada para o estado ficou projetada em 53,59 sc/ha, representando uma redução de 13,99% em relação à safra passada e 7,41% em comparação com a estimativa anterior.
Entre as regiões, destaca-se a Oeste, que apresentou a menor produtividade estimada em 52,63 sc/ha, registrando uma redução de 9,40% em relação ao relatório anterior e 12,96% em comparação com a safra 2022/23.
Por fim, com a manutenção da área e a redução na produtividade, a produção da safra 2023/24 ficou projetada em 39,01 milhões de toneladas, refletindo uma queda de 13,93% em relação à safra passada.
Para atender à demanda da safra 2022/23, as exportações de Mato Grosso em 2023 atingiram um recorde nos envios, totalizando 28,27 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 14,14% em relação à safra anterior. No âmbito do consumo local de soja, com as paradas programadas nas plantas no final do ano, houve uma desaceleração no ritmo das indústrias, resultando em uma redução de 5,87% no acumulado esmagado no ano passado em comparação com a estimativa anterior, fechando em 11,76 milhões de toneladas. Quanto aos estoques finais, a projeção para os estoques de passagem aumentou em 26,06% em relação à estimativa anterior, sendo projetada em 1,00 milhão de toneladas, impulsionada pelo considerável volume de soja que ainda não foi negociado no estado.
No contexto da safra 2023/24, com o corte na produção de soja no estado, a oferta para exportação novamente diminuiu. Com base nisso, os modelos estatísticos utilizados pelo Imea reduziram a projeção de escoamento da soja para 23,88 milhões de toneladas, registrando uma queda de 7,41% em relação ao relatório de dezembro. No que diz respeito ao consumo em Mato Grosso, a projeção da demanda está em 12,83 milhões de toneladas, apresentando um aumento de 9,08% em relação à safra passada. Por fim, o estoque final foi ajustado para 19,66 mil toneladas, representando uma queda de 50,97% em relação ao relatório anterior.
Em Mato Grosso, até a última sexta-feira (12/01), a colheita da soja abrangeu 6,46% da área prevista, registrando um avanço semanal de 3,33 pontos percentuais em comparação com a semana anterior. Esse aumento representa o maior valor da série histórica do Imea para o período. O adiantamento dos trabalhos a campo foi impulsionado pelo encurtamento do ciclo da soja em algumas áreas, decorrente de problemas climáticos, especialmente nas regiões em que é realizada a plantação do algodão segunda safra. No que diz respeito às regiões, merecem destaque a oeste e o médio-norte, que alcançaram 13,15% e 8,48% das áreas previstas, respectivamente. Em relação à produtividade média das áreas colhidas na semana passada, o indicador semanal está consideravelmente abaixo das médias dos ciclos anteriores, conforme previsto devido aos problemas de seca nas áreas precoces registradas em Mato Grosso. Desta forma, o rendimento médio semanal das áreas colhidas encerrou em 39,25 sacas por hectare no estado, conforme informações dos informantes do Instituto.