O Brasil ultrapassou os EUA como principal fornecedor de milho da China, apenas um ano depois que os embarques do país foram aprovados.
As exportações brasileiras do grão para o país asiático somaram 8,79 milhões de toneladas no acumulado do ano até novembro, 40% do total de 22,18 milhões de toneladas importadas pela China, segundo dados alfandegários. Os embarques dos EUA chegaram a 6,50 milhões, quase 30% do total, menos da metade do que no ano anterior.
Antes dependente dos EUA e da Ucrânia, a China procurou diversificar seus fornecedores ao mesmo tempo em que a produção do Brasil atingiu níveis recordes. As importações chinesas ultrapassaram 20 milhões de toneladas por três anos consecutivos, em meio a uma recomposição de estoques e demanda alta por ração animal.
As tradings encomendaram uma grande quantidade de grãos do país no início do ano e agora essas cargas chegam à China, disse ela. As importações totais de milho em novembro foram as mais altas já registradas, em um série de dados iniciada em 2005.
A China assinou um acordo de compra de milho com o Brasil no ano passado e o primeiro embarque chegou em janeiro. As importações chinesas de milho brasileiro em dezembro devem totalizar pelo menos 1,5 milhão de toneladas e devem permanecer altas em 2024, segundo a Shanghai JC.
Mas a queda do preço do milho em Chicago e gargalos logísticos que atrapalham as exportações brasileiras podem começar a fazer com que as tradings se voltem mais para os embarques dos EUA novamente, disseram operadores e analistas.
Qualquer que seja a origem mais atrativa, os exportadores enfrentarão um mercado fraco. Os futuros de milho na bolsa de commodities de Dalian caíram 18% em 2023 e atingiram o nível mais baixo em mais de três anos. Em Chicago, a cotação afundou 30%.
A queda nos lucros dos pecuaristas e frigoríficos chineses, os principais consumidores do grão, ameaçam as perspectivas para a demanda.
Com informações, exame agro