A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) e o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), em associação com o Instituto Interamericano de Cooperação para Agricultura (IICA), submeteram projeto ao Fundo Verde para o Clima (Green Climate Fund – GCF) para o financiamento de pesquisas e atividades de redução da emissão de gases do efeito estufa (GEE) nas lavouras de arroz do Sul do Brasil. Representantes das entidades se encontraram na Conferência do Clima (COP28), em Dubai, que ocorre até 12 de dezembro.
“A intenção é aplicar os recursos captados no desenvolvimento e transferências de práticas que reduzam a emissão de gases do efeito estufa no sistema de produção em terras baixas, tornando a produção agrícola da Metade Sul do Estado mais resiliente às mudanças climáticas”, detalha a pesquisadora do Irga Mara Grohs.
O investimento solicitado para o projeto é de US$ 30 milhões do GCFe a estimativa é reduzir 3,4 toneladas de CO2 equivalentes por hectare de arroz semeado e impactar 6.639 beneficiários diretamente e 37 mil pessoas indiretamente. O recurso deve ser empregado na extensão rural e assistência técnica de produtores do sistema de produção de terras baixas, para adoção de práticas que reduzam a emissão de GEE e melhorem a eficiência do uso da água. Também serão utilizados para o financiamento de projetos de irrigação, drenagem e equipamentos para a melhoria da gestão das áreas de produção. A expectativa é tornar a produção de arroz da metade sul do estado mais resistente às intempéries e servir como exemplo sobre formas de produção mais sustentáveis.
Estudos recentes do Irga apontam que o sistema de produção de arroz irrigado praticado no Rio Grande do Sul contribui significativamente com a redução de GEE, principalmente o metano. Tal redução se deve à adoção da rotação de culturas de sequeiro, como a soja, que atualmente está presente em 70% das áreas de terras baixas, e o milho.
“Essa prática, inclusive, é um dos pré-requisitos citados no Plano ABC+. O Rio Grande do Sul foi o terceiro estado do país a definir suas metas a serem atingidas pelo plano até 2030”, complementa o coordenador do Comitê Gestor do Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono no Rio Grande do Sul (Plano ABC+ RS), Jackson Brilhante. “Esse é um importante projeto que contribuirá para as reduções de GEE no setor agropecuário, sem o comprometimento da produtividade de grãos bem como a rentabilidade do produtor”.
O Brasil se comprometeu a reduzir em 30% as emissões de metano no país até 2030.