Agronegócio

Peças de reposição sem procedência colocam máquinas e lavoura em risco

Com a crescente oferta, principalmente online, de componentes paralelos para os equipamentos, produtores precisam ficar atentos para não caírem em armadilhas. O desenvolvimento de equipamentos agrícolas é algo muito complexo e que requer anos de trabalho, investimento e profissionais capacitados para entregar aos produtores soluções duráveis, eficientes e que garantam resultados no campo. No mesmo compasso que as tecnologias avançam no setor, o mercado paralelo de peças para reposição de componentes de máquinas, equipamentos e implementos segue o ritmo, gerando preocupação e risco às lavouras. Às vezes, os agricultores, considerando os preços mais atrativos, disponibilidade imediata e ofertas tentadoras, acabam se descuidando da qualidade dessas peças de reposição que não oferecem segurança ou garantias.

De acordo com Marcelo Henrique Hagemann, diretor de operações da FertiSystem, empresa brasileira especialista em tecnologias para plantio e distribuição de adubos, é preciso ter muita atenção com este tema. Segundo ele, quando uma equipe de engenheiros de uma empresa desenvolve um conceito, eles aplicam materiais que vão garantir a eficiência e durabilidade do mesmo, afinal, eles dedicaram muito tempo no projeto. Somado a isso, há diversos investimentos das fabricantes com estudos e pesquisas. “Quando o produtor escolhe uma peça de reposição de segunda ou terceira linha, sem procedência, ele está correndo riscos. Embora o custo dos produtos originais possa parecer alto em comparação a soluções paralelas, a qualidade dos materiais impacta diretamente na durabilidade e eficiência dos equipamentos”, pontua Hagemann.

Além disso, a utilização de peças de reposição sem procedência certificada compromete não apenas a vida útil do equipamento, mas também afeta a produtividade no campo, impactando negativamente o resultado final da colheita. “Uma máquina não vai ter o mesmo desempenho com componentes que não são originais. Nisso entram os critérios de excelência, qualidade, desempenho, durabilidade e o financeiro”, detalha o profissional.

É crucial ter em mente que a qualidade das peças de reposição afeta diretamente o desempenho e a durabilidade dos equipamentos agrícolas. Aqui estão algumas dicas adicionais para os produtores:

Autenticidade e Procedência: Sempre priorize peças de reposição autênticas e certificadas. Verifique se elas vêm de revendedores autorizados ou diretamente dos fabricantes.

Pesquisa e Reputação: Ao comprar online, pesquise a reputação da loja. Avalie comentários, análises e histórico de reclamações de outros clientes para garantir que a loja seja confiável.

Comparação de Preços: Embora preços muito baixos possam ser atraentes, desconfie de ofertas excessivamente baratas. Compare os preços médios de mercado para ter uma ideia realista do valor das peças.

Aspecto Visual e Qualidade: Faça uma análise visual detalhada da peça. Produtos de baixa qualidade podem ter diferenças visíveis em comparação com os originais, como acabamento, marcações ou materiais utilizados.

Garantias e Certificações: Opte por peças que ofereçam garantias ou certificações de qualidade. Isso pode garantir a confiabilidade do produto e proteção em caso de problemas.

Consulte Especialistas: Se possível, busque a orientação de profissionais experientes ou mecânicos especializados para ajudar na identificação de peças de boa qualidade.

Priorize a Durabilidade e Eficiência: Lembre-se de que investir em peças de qualidade superior pode economizar dinheiro a longo prazo, já que elas tendem a ser mais duráveis e eficientes.

Atualizações e Compatibilidade: Verifique se as peças paralelas são compatíveis com o equipamento. Algumas alterações podem não ser adequadas e podem prejudicar o funcionamento geral do equipamento.

Ao seguir essas orientações, os produtores podem tomar decisões mais informadas ao adquirir peças de reposição, garantindo a eficiência e a longevidade de seus equipamentos agrícolas.