A produção brasileira de grãos apresenta grandes desafios relacionados ao seu acompanhamento em função da dimensão territorial do país, da diversidade de cultivos e do manejo adotado pelos produtores.
O Boletim de Monitoramento Agrícola é um produto da parceria entre a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Grupo de Monitoramento Global da Agricultura (Glam), se destacando entre os serviços da Conab para atender a sociedade com informações sobre as condições agrometeorológicas e a interpretação do comportamento das lavouras em imagens de satélites e no campo.
A seguir, é apresentado o monitoramento agrícola das principais regiões produtoras de grãos do país, considerando os cultivos, considerando os cultivos de inverno, Safra 2023, de verão, Safra 2023/2024, durante o período de 01 a 21 de Novembro de 2023.
Safra 23
Trigo
Rio Grande do Sul: A persistência das chuvas influenciou negativamente na evolução da colheita, bem como na qualidade dos grãos.
Paraná: O clima favoreceu a colheita que está sendo finalizada. As perdas qualitativas se devem, principalmente, ao excesso de chuvas durante a maturação e a colheita dos grãos.
Santa Catarina: A colheita foi interrompida devido o retorno das chuvas. Essa situação impactou as lavouras que estão em fase de maturação, provocando a germinação de grãos na espiga e a incidência de doenças.
Safra 2023/24
Milho Primeira Safra
Rio Grande do Sul: O plantio está sendo finalizado. As áreas restantes serão semeadas em janeiro de 2024. As lavouras estão, principalmente, em desenvolvimento vegetativo. A alta nebulosidade tem prejudicado o desenvolvimento, assim como tem favorecido o desenvolvimento de doenças.
Minas Gerais: O plantio evoluiu, porém, está atrasado em relação à safra passada, devido à falta de chuvas. As lavouras estão sendo afetadas pela falta de umidade associada às temperaturas elevadas.
Goiás: A semeadura iniciou, contudo, atrasada em relação à safra passada em razão das condições climáticas instáveis e da priorização da semeadura da soja.
Paraná: A semeadura alcançou 98% da área total prevista. A maioria das lavouras está em desenvolvimento vegetativo e apresentam boas condições.
Santa Catarina: A semeadura está suspensa devido às precipitações. O excesso de umidade impactou no potencial produtivo. As baixas temperaturas e a falta de luminosidade também estão afetando o milho em estágios críticos.
São Paulo: O plantio alcança 50% da área prevista e as lavouras apresentam boas condições.
Bahia: A semeadura está atrasada e as lavouras estão em fase de germinação e emergência. Registra-se chuvas irregulares.
SOJA
Mato Grosso: O progresso da semeadura está ocorrendo gradualmente, em virtude da irregularidade das chuvas. Esta condição climática está impactando o desenvolvimento vegetativo, em algumas áreas, principalmente nas regiões Sul, Sudeste e Médio Norte. Destaca-se a ocorrência de replantios pontuais.
Rio Grande do Sul: A semeadura está atrasada em relação à safra passada em razão da ocorrência de chuvas. Verificam-se falhas de germinação, especialmente, nas áreas com grande declividade.
Paraná: A semeadura alcançou 84% da área prevista e as lavouras se encontram, em sua maioria, em desenvolvimento vegetativo e em bom desenvolvimento. Contudo, muitas lavouras foram afetadas pelo excesso de chuvas, que causou selamento de solo, provocando falhas de germinação e erosão de solo e nutrientes.
Goiás: Em razão das chuvas escassas, o ritmo de plantio está reduzido, sendo suspensos em várias regiões. O desenvolvimento das lavouras é considerado regular.
Mato Grosso do Sul: A semeadura está progredindo e alcançou 87% da área prevista. Nota-se que as chuvas estão mais bem distribuídas na região Leste e no Sul do estado. A região central do estado está sendo mais afetada pela irregularidade das chuvas.
Minas Gerais: O plantio está atrasado em relação à safra passada devido à irregularidade das chuvas.
Bahia: O plantio está atrasado em relação à última safra. As lavouras irrigadas estão em desenvolvimento vegetativo, florescimento e enchimento de grãos, apresentando bom desenvolvimento.
São Paulo: A semeadura segue em bom ritmo e as áreas semeadas apresentam desenvolvimento favorável.
Tocantins: O plantio evoluiu em todo o estado. A inconstância das precipitações tem prejudicado o desenvolvimento das lavouras em algumas áreas, mas a maioria das lavouras apresenta bom desenvolvimento.
Maranhão: A semeadura está atrasada em relação à safra passada, devido à instabilidade das precipitações. A região de Balsas é a mais adiantada, enquanto a região de Porto Franco, no Sul do estado, o plantio foi iniciado.
Piauí: A semeadura evolui, contudo, atrasada em relação à safra anterior e em ritmo muito irregular, por falta de umidade adequada. Santa Catarina: O retorno das chuvas causou suspensão da semeadura. Nas áreas semeadas, onde ocorreram chuvas intensas, observaram-se perdas de solo e nutrientes, afetando o desenvolvimento inicial e a uniformidade da cultura.
Pará: As condições climáticas foram desfavoráveis para o plantio e o desenvolvimento no período. Na BR-163, a semeadura foi paralisada e houve replantio em algumas áreas. Na região Sudeste, no Polo Redenção, as lavouras estão sendo prejudicadas pela irregularidade das chuvas.
Arroz
Rio Grande do Sul: O alto volume de precipitações tem prejudicado a evolução da semeadura que está atrasada em relação à safra anterior.
Santa Catarina: As lavouras estão em desenvolvimento vegetativo. Registra-se que a incidência de radiação solar está abaixo do esperado para o pleno desenvolvimento da cultura. As chuvas provocaram alagamentos nas regiões mais baixas e o índice de armazenamento de água nos solos está alto em todas as regiões.
Goiás: A semeadura alcançou 60% da área total. As lavouras estão em estágio de desenvolvimento vegetativo e em boas condições sanitárias.
Tocantins: A semeadura tem ocorrido de forma lenta, atingindo 40% das áreas produtoras.
Maranhão: A semeadura do arroz irrigado foi finalizada. Devido ao extenso período de plantio no estado, as lavouras, nas diversas regiões, estão em diferentes estágios. A colheita está em andamento e alcançou 37% dessas áreas.
Mato Grosso: A semeadura tem sido realizada de forma pontual devido ao baixo volume de chuvas, apesar da umidade do solo ter sido suficiente para o crescimento inicial das plantas. As lavouras estão em emergência e em desenvolvimento vegetativo.
Pará: Os baixos volumes de precipitação têm favorecido a colheita das lavouras irrigadas.
Com informações Conab