Há 3 anos está em funcionamento um sistema cooperativo formado por 30 cooperativas singulares associadas para prevenir danos ocasionados pela cigarrinha-do-milho. A frente do projeto está a gaúcha CCGL. São 500 mil hectares, mais de 170 mil produtores, do cereal atendidos por sua equipe técnica, a cooperativa começou a mapear populações da praga em 2021, em 35 municípios, número que saltou para quase 80 desde então.
Segundo Glauber Renato Stürmer, engenheiro agrônomo, mestre e doutor, responsável pelo setor de entomologia da CCGL, o plantio de milho no RS leva em conta um calendário que, em tese, favorece o avanço da praga. Regiões mais quentes semeiam o cereal a partir de julho. Já áreas mais frias, a exemplo de Cruz Alta, plantam em setembro, enquanto de Passo Fundo a Vacaria, outros pontos de concentração de lavouras, cultivam do início de setembro a outubro.
“Os insetos debilitam plantas, as infectam com bactérias, afetam o aparato fotossintético, favorecem a ocorrência de Fusarium sp. e outras doenças que culminam na podridão da base do colmo, na podridão de base da espiga. Isso leva ao tombamento total da lavoura.”
De acordo com o entomologista da CCGL, ainda neste 2023, a rede de monitoramento do sistema cooperativo capturou, pela primeira vez, populações ‘bacterilíferas’ para três das principais patologias ou doenças transmitidas pela cigarrinha-do-milho: fitoplasma, espiroplasma e virose-do-raiado-fino.
Ao longo da safra de milho do Rio Grande do Sul, com base nas informações dos quase 80 pontos de monitoramento da cooperativa, a CCGL emite alertas a produtores associados no tocante a medidas mais indicadas para conter a praga. Produz também boletins técnicos, webinares e disponibiliza a plataforma digital ‘SmartCoop’, uma ferramenta de última geração, exclusiva dos cooperados.