O setor agropecuário obteve um faturamento em dólar de US$ 126 bilhões nos primeiros nove meses de 2023, representando um aumento de 3,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, estabelecendo um novo recorde para o período. Esse resultado é atribuído ao crescimento de 14,7% no volume de produtos embarcados.
Segundo especialistas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), vinculado à Esalq/USP, se o setor manter o mesmo ritmo do último trimestre de 2022, a receita poderá ultrapassar a marca de US$ 160 bilhões, estabelecendo um novo recorde anual. Essa projeção é baseada em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), por meio da Secretaria de Comércio Exterior – sistema Siscomex.
O desempenho positivo das exportações do setor agropecuário está diretamente relacionado ao aumento do volume embarcado, uma vez que os preços médios em dólar registraram uma queda de 10% durante o período analisado, conforme divulgado pelo Cepea. O milho se destaca como o produto com maior crescimento nas exportações, atingindo um aumento de 40% no volume embarcado. Enquanto isso, a soja em grão continua liderando em quantidade exportada. Além dos produtos do complexo da soja e do milho, o setor sucroalcooleiro e as carnes de frango e suína também têm obtido resultados favoráveis, segundo os pesquisadores do Cepea.
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A pesquisa indica que as economias da China e dos Estados Unidos têm registrado um bom crescimento ao longo deste ano, impulsionando a demanda internacional. No âmbito da oferta, o Brasil registrou uma produção recorde, garantindo assim os volumes embarcados. Contudo, devido ao crescimento da produção em outros países relevantes no cenário internacional, os preços registraram queda ao longo dos nove meses de 2023.
China, Estados Unidos e União Europeia permanecem como os principais parceiros comerciais do país, com outros mercados importantes apresentando uma participação significativa, como os países da Liga Árabe e asiáticos (excluindo a China). De acordo com o Cepea, para estabelecer um novo recorde nas exportações, é crucial que o real não se valorize muito em relação ao dólar norte-americano nos próximos meses.
