Trigo

Avanço da colheita de trigo revela os danos causados pelas chuvas

Umidade traz implicações no armazenamento e valor de mercado.

Conforme divulgado no Boletim Semanal das Condições das Lavouras da Conab, a situação do trigo no Brasil apresenta impactos significativos das chuvas nas lavouras da região Sul.  De acordo com as estações do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). A consulta foi realizada às 22h no horário de Brasília do dia 30 de outubro, na plataforma de mapas INMET.

  • 783.8 mm – SANTIAGO (RS)
  •  795.4 mm – PALMAS (PR)
  •  806.4 mm – CRUZ ALTA (RS)
  •  806.8 mm – SANTANA DO PARNAÍBA (SP)
  •  836.0 mm – SANTO AUGUSTO (RS)
  •  852.2 mm – IBIRUBÁ (RS)
  •  877.4 mm – SERAFINA CORRÊA (RS)
  •  882.4 mm – PASSO FUNDO (RS)
  •  884.0 mm – CRUZ ALTA (RS)
  •  940.6 mm – FREDERICO WESTPHALEN (RS)
  •  961.6 mm – PALMEIRA DAS MISSÕES (RS)
  • 1007.5 mm – PASSO FUNDO (RS)

De acordo com o meteorologista  do Portal Agrolink, Gabriel Rodrigues, nos últimos 60 dias, há localidades com até 1000 mm de chuva, no Rio Grande do Sul, o cenário vem permitindo algumas janelas de colheita, mas com grande incidência de doenças da espiga. Essa situação evidencia uma redução no potencial produtivo que pode ser atribuída ao excesso de umidade presente nas lavouras. Tal condição climática não só afeta a qualidade do trigo, mas também pode ter implicações para o armazenamento e o valor de mercado do grão.

Em contrapartida, no estado do Paraná, onde cerca de 85% das lavouras já foram colhidas, as chuvas surgiram como um fator limitante. A velocidade da operação de colheita foi prejudicada pela umidade excessiva, e as lavouras que ainda não foram colhidas encontram-se afetadas pelas chuvas, podendo apresentar desafios quanto à qualidade e ao rendimento. 

É preciso levar em conta que o Paraná é um dos estados mais significativos para a produção de trigo no Brasil, portanto, qualquer alteração nas condições das lavouras tem um impacto direto na oferta e nos preços do mercado interno. No estado de Santa Catarina, a situação se mostra mais favorável no que tange à colheita. Atingindo 18% da área total, o clima contribuiu positivamente para as operações no campo. Contudo, é relevante observar que o percentual de área colhida ainda é baixo, o que deixa margem para variáveis climáticas afetarem o desempenho das lavouras nas próximas semanas.

Um fator significativo é que dois terços das lavouras em campo já se encontram em fase de maturação, situando-se em um patamar acima do registrado na safra anterior. Essa antecipação da colheita pode ser atribuída devido às condições das chuvas excessivas. Paralelamente, ao considerar um agrupamento de oito estados, a colheita avançou de 59,2% para 67%, superando os 40% alcançados no mesmo período da safra anterior.

No Rio Grande do Sul, a colheita avançou de 32% na semana anterior para 46% na atual, um aumento substancial em comparação com os 10% no mesmo período da safra passada. No Paraná, a colheita passou de 80% para 84%, em comparação com 65% na safra anterior.  Em Santa Catarina, a situação avançou de 14% para 18%, contrastando com 8% na mesma época da safra passada. 

Fonte: Agrolink