Representantes da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) reuniram-se de forma híbrida nesta quarta-feira (25/10). Entre outros assuntos, debateram sobre o perfil socioeconômico do produtor de tabaco da Região Sul do Brasil. Os trabalhos foram conduzidos pelo coordenador da CS, Romeu Schneider.
O presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), Iro Schünke, apresentou os resultados da pesquisa realizada pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Cepa/Ufrgs) sobre o “Perfil Socioeconômico do Produtor de Tabaco da Região Sul do Brasil”. O objetivo foi identificar e descrever a atual condição socioeconômica dos produtores de tabaco localizados nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, estratificando-os de acordo com critério atualizado e adequado ao perfil da população estudada.
O presidente contou que o sindicato recebeu muitas críticas por parte dos antitabagistas, que afirmam que o produtor vive em situação de vulnerabilidade. “Mas a realidade confronta essas afirmações. Conforme a pesquisa, 80% dos produtores de tabaco enquadram-se nas classes A e B, enquanto a média geral brasileira não chega a 25%”, destacou.
Exportações
Schünke também apresentou os resultados das exportações entre janeiro e setembro de 2023. Segundo informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços/ComexStat, até setembro o Brasil exportou 369.604 toneladas e US$ 1.959.657 milhões, o que representou -10,12% e 20,22%, respectivamente, na comparação com o mesmo período de 2022.
Para o presidente, o resultado está dentro do esperado, conforme pesquisa realizada pela consultoria Deloitte, que apontou tendência de -6 a -10% no volume. Já em divisas, a expectativa é de chegar próximo aos US$ 3 bilhões até o final do ano. Os principais países importadores no período são Bélgica, China e Estados Unidos, Indonésia, Turquia e Emirados Árabes.
Ainda segundo Schünke, os números corroboram a tendência de estabilidade da posição brasileira no mercado mundial. “Utilizamos uma média histórica porque alguns anos sofrem interferências logísticas que não podem ser previstas, como foi o caso da Covid-19”, disse. “Nos últimos anos, em média, 90% do produto é exportado, e temos embarcado em torno de 500 mil toneladas, o que gera US$ 2 bilhões em divisas anualmente. Isso desfaz a ideia de que a demanda tem diminuído e demonstra que, se não tivermos interferências negativas, seja por meio do aumento de impostos ou de novas regulações, certamente seremos referência no mercado mundial por muitos anos”, concluiu.
Schneider, por sua vez, apresentou informações sobre a safra 2022/2023. De acordo com dados da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), dos 1.191 municípios da Região Sul do Brasil, 490 produziram tabaco na última safra. O total de famílias envolvidas chega a 125 mil, com renda bruta estimada em quase R$ 11 bilhões.
“Comparativamente, o rendimento de um hectare de tabaco equivale a 6,37 hectares de soja e de 7,66 hectares de milho”, comentou Schneider . “Esse resultado é importante para pequenos produtores e explica porque muitos deles optam pelo tabaco, considerando o perfil da agricultura familiar e o fato de que muitos deles produzem em terrenos acidentados, que não são passíveis de mecanização ou de ampliação de área”.
Após a reunião, foi entregue o convite para o secretário Giovani Feltes da Abertura da Colheita do Tabaco, que será realizada no dia 1º de dezembro no Parque de Exposições da Afubra em Rio Pardo.
Fonte: Seapi