O Senado aprovou por unanimidade um projeto de lei que regulamenta o mercado de carbono no Brasil, excluindo o agronegócio das obrigações previstas no Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE). O projeto, apresentado pela senadora Leila Barros, segue agora para a Câmara dos Deputados, a menos que haja um pedido para votação no Plenário.
O SBCE prevê cotas anuais de emissão de gases de efeito estufa, com o objetivo de incentivar a redução das emissões, em conformidade com a Política Nacional sobre Mudança do Clima e acordos internacionais. Empresas e pessoas físicas que emitirem mais de 10 mil toneladas de CO2 equivalente por ano serão sujeitas ao SBCE, com obrigações de monitorar e informar suas emissões. Aqueles que emitirem mais de 25 mil toneladas também devem comprovar o cumprimento de obrigações relacionadas à emissão de gases.
A votação foi possível após um acordo com a Frente Parlamentar da Agropecuária, que sugeriu emendas ao texto. O projeto também cria ativos comerciáveis, como as Cotas Brasileiras de Emissões (CBEs) e o Certificado de Redução ou Remoção Verificada de Emissões (CRVE), que representam créditos de carbono gerados pela redução efetiva de emissões.
Esses ativos podem ser transacionados em bolsas de valores, com impostos sobre o lucro resultante da venda. O projeto prevê punições para o descumprimento das regras do SBCE, incluindo multas e outras sanções.
O projeto também estabelece um órgão gestor para regular o mercado de carbono e define um período transitório para a entrada em vigor das regras. A relatora, Leila Barros, destacou a importância do mercado de carbono e o papel do Brasil nesse contexto.
A Comissão de Meio Ambiente rejeitou dois destaques ao texto e considerou prejudicados cinco projetos apensados ao PL 412/2022.
Fonte: Agência Senado