Trigo

USDA: tom baixista para Soja, Milho e Trigo

Relatório WASDE publicado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) na última sexta (9) trouxe um tom baixista para as três commodities. hEDGEpoint Global Markets analisa os destaques do relatório

Soja: Neutro / Baixista

Na soja, o USDA elevou o estoque final dos EUA em 15M bushel, 10M a mais do que a expectativa média. Como esperado, nenhuma alteração foi feita na produção de 23/24. Assim, esses estoques iniciais mais altos elevaram os estoques da nova safra nos mesmos 15M bu.

Segundo a hEDGEpoint Global Markets, é importante observar, porém, que o mercado não reagiu tão bem a esse fator já que agentes acreditam que a produção poderá ser reduzida posteriormente, devido às más condições climáticas e da safra.

Na América do Sul, a agência elevou a produção brasileira em 1M toneladas, acima da mediana, mas ainda dentro da faixa de consenso. A Argentina enfrentou um corte, mas também em linha com o esperado.

 
 

Milho: Neutro / Baixista

O relatório também foi mais baixista para o milho. Após o aumento de 5M ton, no mês passado, o USDA aumentou a produção 22/23 do Brasil em mais 2M ton, tornando-a uma das mais altas. Da mesma forma, os números de produção e exportação da Ucrânia aumentaram. Destaque para as estimativas de 23/24, que refletem a maior produção devido a uma área plantada maior do que o esperado inicialmente.

Por fim, nos EUA, a história foi a mesma da soja. Estoques finais 22/23 e 23/24, mais altos. De acordo com a hEDGEpoint Global Markets, pode-se perguntar então se o mesmo pode ser dito sobre os preços. “No entanto, tendemos a pensar que, enquanto os futuros de soja refletem o estoque/uso atual do USDA, o milho já está precificando uma safra mais apertada e pode ter menos upside se (ou melhor, quando) o corte for confirmado”, explica Pedro Schicchi, analista de Grãos e Oleaginosas da hEDGEpoint Global Markets.

 
 

Trigo: Baixista

Em relação ao trigo, o relatório foi extremamente baixista. A UE, a Rússia e a Ucrânia juntas acrescentaram 6M mt ao balanço global, refletindo as condições climáticas muito positivas observadas na região.

A Índia também contribuiu para o cenário baixista, com um aumento de 3,5M mt em sua produção. A área colhida é estimada em um recorde de 32M ha, enquanto as condições climáticas favoráveis levaram a uma produtividade recorde de 3,55 mt/ha.

Com o aumento da demanda global em “apenas” 4,4 M mt – principalmente devido ao maior uso de ração pela China – espera-se que os estoques finais globais sejam um pouco menos apertados em comparação com 22/23 em uma perspectiva de estoque/uso, segundo análises da hEDGEpoint Global Markets.

 
 

Com informações  hEDGEpoint Global Markets

Confira aqui o relatório completo