Diante da demanda enfraquecida no mercado doméstico, os embarques nacionais de lácteos dobraram de fevereiro/21 para fevereiro/22, totalizando 4,5 mil toneladas neste ano. Na comparação com janeiro/22, a alta foi de 31,6%. Apesar da oferta limitada no campo, os preços em patamares elevados atraíram produtores para negociar com o mercado internacional.
Os embarques de leite em pó, que tiveram participação de 37% do total exportado em fevereiro, aumentaram de forma bastante expressiva em relação ao mesmo período de 2021, somando 1,7 mil toneladas. O principal destino do derivado foi a Argélia, que adquiriu 91% do total. Com representação de 22% da quantidade embarcada, o volume de leite condensado quase triplicou em um ano, totalizando 1 mil toneladas. A Venezuela e os Estados Unidos foram os principais importadores desse lácteo, representando 38% do volume.
Em contrapartida, as importações brasileiras diminuíram 53% frente ao mesmo período de 2021 e 18,7% em relação a janeiro/22, totalizando 7,1 mil toneladas. O volume de leite em pó, que registrou participação de 41% das aquisições, foi de 2,8 mil toneladas em fevereiro, quedas de 43% em relação ao mês anterior e de 69,3% na comparação com fevereiro/21. Os principais países que venderam o produto ao Brasil foram a Argentina (63,5%), o Uruguai (34,7%) e o Paraguai (1,7%).
Apesar do recuo das importações totais, o soro de leite e a manteiga se destacaram em fevereiro, com altas de 50% e 140% em comparação ao mês anterior, respectivamente, somando 2,3 mil toneladas e 266 toneladas. Com a menor oferta de leite no mercado interno, a proporção de gordura disponível também diminuiu, aumentando a importação de manteiga.
Balança comercial
Em fevereiro, a balança comercial de lácteos atingiu o menor patamar desde abril/21 (US$ 11,4 milhões), fechando com déficit de US$ 11,7 milhões, redução de 45,6% em relação ao mês anterior. Em volume, o déficit chegou a 2,6 mil toneladas, 51,3% menor frente a janeiro/22.