Agricultura

Região de Cascavel está otimista com safra de soja após sequência de estiagens e prejuízos

O Show Rural Coopavel 2023, realizado entre 06 e 10 de fevereiro, alcançou mais de R$ 5 bilhões em negócios e reuniu um público recorde de mais de 384 mil visitantes. Esses números foram alavancados pelo clima de otimismo entre produtores de soja do Paraná. Após uma sequência de safras com estiagens, a maioria dos agricultores finalmente vê um encerramento melhor para a produção no ciclo 2022/2023. A região do município realizador do evento é um exemplo dessa recuperação. Os sojicultores de Cascavel (PR) vêm de uma quebra de 72% na safra 2021/2022, mas agora esperam uma safra positiva, com produção total de mais de 2 milhões de toneladas, de acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná.

“A nossa região vem de três safras praticamente quebradas, em uma situação extremamente difícil para todos os produtores rurais, onde perdemos praticamente todo o capital de giro, então a região está sentida, está sofrida, e quando nós temos uma safra com uma condição de desenvolvimento muito melhor do que nos últimos anos, a gente fica esperançoso”, relata o presidente do Sindicato Rural de Cascavel, Paulo Roberto Orso.

Apesar dessa esperança, o início da safra não foi promissor, já que o plantio e o desenvolvimento foram adiados por períodos de seca. Tanto a soja quanto o milho registram perdas pontuais, mas acentuadas, chegando a perda total em algumas localidades. Agora, a preocupação é com a colheita da soja e plantio do milho safrinha, que já deveria estar mais avançado, mas chega a apenas 2% da área nos dois casos. A situação preocupa, já que a janela de plantio está próxima ao fim, e a safra de milho deve ser menor neste ano.

“O produtor está um pouco receoso e está apreensivo no sentido de plantar, então ele terá a oportunidade e certamente eliminará o milho e plantará o trigo. Nós deveremos ter diminuição da área de milho e aumento da área de trigo na nossa região”, aponta Orso.

Outras culturas cultivadas na região passaram por altos e baixos, como o feijão, que registrou perdas na colheita por excesso de chuvas. No entanto, de uma forma geral, a safra é considerada boa e razoável na região. “É recuperação de grãos e de esperança, realmente trazendo um alento para todo o setor, principalmente para a nossa região é que é de transformação, onde a gente transforma proteína vegetal em proteína animal, nós somos consumidores”, destaca o presidente do Sindicato.