O Paraná registrou as primeiras ocorrências da ferrugem-asiática da soja, em áreas comerciais na safra 2022/23, nos municípios de Londrina e Terra Roxa, respectivamente norte e oeste do Estado. A identificação foi confirmada pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), membro do Consórcio Antiferrugem.
A assistência técnica estadual identificou a presença da doença na sexta-feira (25), em plantas que estavam em desenvolvimento reprodutivo (estádio R4), semeadas da primeira para segunda quinzena de setembro. “As duas áreas foram semeadas na mesma época em áreas de sequeiro, que não tem irrigação, sendo que poucas lavouras encontram-se neste estádio de desenvolvimento no Estado do Paraná”, explica o coordenador do Programa Grãos do IDR-Paraná, Edivan Possamai.
O IDR-Paraná tem uma rede Alerta Ferrugem da soja e na safra 2022/2023 foram instalados mais de 200 coletores em todo o Paraná. Segundo Possamai, a rede Alerta Ferrugem já tinha capturado esporos de ferrugem-asiática após o dia 28 de outubro de 2022, nestas duas regiões, como um indicativo da doença no ambiente, e agora confirmado pelas plantas infectadas.
Consórcio Antiferrugem
O acompanhamento das ocorrências no Brasil pode ser feito no site do Consórcio Antiferrugem, que reúne informações sobre a ocorrência da doença em todos os estados brasileiros. O site do Consórcio já havia registrado a ocorrência da doença em soja voluntária no Paraná e no Rio Grande do Sul. Por isso, a pesquisadora Claudia Godoy, da Embrapa Soja, entende ser importante manter as lavouras protegidas próximas as regiões onde já houve a confirmação da doença, uma vez que a eficiência curativa dos fungicidas atualmente disponíveis é baixa.
Outras doenças têm ocorrido antes da ferrugem e a pesquisadora orienta os produtores a consultarem os resultados de eficiência dos fungicidas para o controle das diferentes doenças e utilizar os multissítios para aumentar a eficiência de controle.
A doença
A ferrugem-asiática da soja é a principal doença na cultura da soja e o custo médio para controle de doenças tem sido estimado ao redor de US$ 2,8 bilhões por safra no Brasil. Entre as principais estratégias de manejo da ferrugem estão: o vazio sanitário, a utilização de cultivares precoces e a semeadura no início da época recomendada, o uso de cultivares com genes de resistência e o uso de fungicidas. “Os produtores e técnicos que encontrarem ferrugem nas lavouras podem auxiliar a divulgar a informação, levando as folhas para as cooperativas e outros membros do Consórcio Antiferrugem para atualizar o site do Consórcio Antiferrugem”, diz Godoy.
Fonte: Embrapa Soja