Impactos da frente fria sobre a cultura do trigo na região Sul

Incomum para o mês de novembro, a onda de frio que tem derrubado as temperaturas desde a última segunda-feira (31), em função da passagem de uma frente fria continental, seguida de massa de ar polar de origem da argentina e uruguaia, não deve causar perdas de produção nas lavouras de trigo em regiões com desenvolvimento fenológico mais avançado. 

Na região Sul, a maior parte das lavouras do cereal estão em fase de maturação e colheita. O Rio Grande do Sul apresenta 12% da área colhida, com 62% das lavouras em maturação, conforme apontou o último Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar. O Paraná já colheu 72% da área cultivada e 69% das lavouras restantes estão em fase de maturação, de acordo com o Boletim Semanal do Departamento de Economia Rural (DERAL). Já Santa Catarina, tem cerca de 80% das áreas em florescimento e 20% em maturação, de acordo com a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri/Cepa).

O analista do DERAL, Carlos Hugo Winckler Godinho, afirma que “a massa de ar frio que está sendo registrada agora não deve ter nenhum efeito sobre o trigo, uma vez que, as lavouras já estão em estádio fenológico avançado e ela não tem força suficiente para provocar perdas”, explica. Contudo, as geadas ocorridas em agosto e setembro impactaram na qualidade e quantidade dos grãos que estão sendo colhidos no momento, Godinho ressaltou ainda que, “apesar disso, há uma expectativa de melhora nas condições das lavouras mais tardias, a partir de agora”.