Tivemos alterações significativas na produção, nas commodities e no poder de compra do consumidor. “É um momento de bastante cuidado, considerando um cenário pós-pandemia”, frisa o diretor-presidente da PEIXE BR, Francisco Medeiros, durante a LIVE Mercado em Destaque.
De acordo com o dirigente, são momentos difíceis, que estão acometendo todas as cadeias de proteína animal. Neste cenário de fragilidade financeira da população, a alta de algumas proteínas levam o consumidor a procurar por outras opções. “O consumo de peixes de cultivo teve um aumento considerável durante a pandemia. Normalmente, no período de inverno, temos uma queda na produção que só retoma em setembro, mas no inverno deste ano não observamos essa diminuição”, ressalta Medeiros.
Hoje a piscicultura nacional concentra cerca de 60% da produção de tilápia, que apesar de ser uma espécie estrangeira já está adaptada ao nosso clima e sendo produzida em larga escala. As espécies nativas e estrangeiras, como carpas, trutas e salmão, correspondem a 35%.
Francisco Medeiros
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O preço da tilápia nas praças do Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo está em alta o melhora a remuneração do produtor. Na gôndola, “o tambaqui, por exemplo, que costuma ser comercializado inteiro nos mercados das regiões Norte e Centro-Oeste, é um produto popular e precificado na faixa de R$13,00 a R$17,00/kg, mas esse preço, normalmente, sobe se você compra o peixe fracionado”, informa Medeiros.
No caso da tilápia, existem três produtos mais importantes: o filé, as postas e a tilápia inteira congelada. “Esses produtos podem ser encontrados com diversos preços, então temos pescados para todas as faixas econômicas, permitindo uma maior acessibilidade a essa classe de alimentos”, ressalta.
Somos o principal produtor de diversas cadeias que não são nativas do Brasil. A tilapicultura é um produto do agronegócio brasileiro como qualquer outro. Nesse sentido, trabalhamos com melhoramento genético, rações de excelente performance, sistemas produtivos mais eficientes e redução de custos, otimizando a produção em diversas regiões.
Francisco Medeiros
Exportação
O produto mais exportado, em volume, é a tilápia. As exportações brasileiras têm crescido, principalmente nos últimos três anos e, em 2022, já o crescimento foi de 88% até agosto. “Tivemos uma mudança de perfil nos nossos principais estados exportadores, passando a liderança do Mato Grosso do Sul para o Paraná. Principalmente em relação às exportações de filé de tilápia e da tilápia inteira”, informa o presidente da PEIXE BR.
