O cultivo das culturas de verão segue no Rio Grande do Sul, porém de forma lenta, especialmente no caso da soja e do milho em decorrência das chuvas frequentes e da falta de condições climáticas. No caso do arroz, no entanto, o tempo seco ao sul favoreceu o avanço significativo na semeadura. Além disso, o feijão já possui cerca de 80% da área semeada em algumas regiões, de acordo com Informativo Conjuntural, divulgado nesta quinta-feira (20) pela Emater/RS-Ascar.
Ambas as culturas devem apresentar redução da área nesta safra, de acordo com estimativas oficiais. O principal motivo é a concorrência com culturas predominantes, como soja e milho, que seguem ampliando suas áreas no estado.
Arroz
Principal produtor nacional de arroz, o estado estima reduzir a área de arroz nesta safra em quase 10%, caindo para mais de 862,4 mil hectares, de acordo com o Instituto Riograndense do Arroz (Irga). Entre as causas para a queda, está a o baixo valor de mercado do produto e o alto custo de produção. Além disso, o milho e soja seguem avançando em áreas de várzea, que costumavam ser cultivadas apenas com arroz, de acordo com avaliação da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A semeadura do arroz atingiu 56,97% nesta semana, representando, 491,3 mil hectares, de acordo com o Instituto Rio Grandense do Arroz. A semeadura está mais adiantada em regiões da área administrativa da Emater/RS-Ascar de Pelotas, onde já foi implantada 65% da área prevista. Turuçu, por exemplo, conta com 87% das lavouras semeadas. “Os terrenos para cultivo já estão sistematizados, situação proporcionada pelas condições do tempo, com os dias ensolarados e com a boa drenagem dos solos, que permitiram o tráfego e as operações de máquinas nas várzeas”, explica o relatório.
Em regiões mais ao Norte, o plantio avança mais lentamente. Na regional de Soledade, por exemplo, estima-se que a área semeada seja de 15%, enquanto em Santa Rosa o plantio ainda está iniciando.
A produtividade média do cereal está projetada em 8.226 kg/ha, -1,1% menor do que a obtida no ano passado. Com redução da área e da produtividade, a produção também deve cair, com redução de -7,9% e total de mais de 7 milhões de toneladas.
Feijão
Para o feijão primeira safra, apesar da estimativa de queda de -4,6% na área, caindo para mais de 30,5 mil hectares, a produção ainda tem projeção de crescimento de 23,2% e pode chegar a mais de 51,9 mil toneladas. Assim como o arroz, a cultura também é afetada pela desvalorização frente a culturas como soja e milho.
Neste momento, o feijão está em estabelecimento nas lavouras gaúchas. O cultivo está mais avançado na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Ijuí, que já atingiu 88% da área e se aproxima do final do plantio. “O desenvolvimento das plantas continua lento, mas o aspecto sanitário dos trifólios é muito bom, sem sintomas de doenças. As novas folhas emitidas não apresentam sintomas de encarquilhamento, que caracterizaria danos por baixas temperaturas”, avalia a Emater/RS-Ascar.
A semeadura também está mais adiantada em Soledade, onde 80% da área já foi implantada e 5% já está em florescimento. Nessas áreas, porém, as temperaturas baixas e a nebulosidade dificultaram o desenvolvimento inicial das plantas e favoreceram o surgimento de doenças. Ainda assim, é considerado que as lavouras têm boa sanidade.
O ritmo está mais lento em Pelotas, onde o mês de outubro é considerado preferencial para a implantação da cultura e o plantio chegou a 33% da área estimada. Já na região de Porto Alegre, algumas lavouras apresentaram problemas na germinação. “Provavelmente condicionados pelas baixas temperaturas, que chegaram a formar geadas em algumas regiões”.
Com informações da Emater/RS-Ascar