Tradicionalmente chuvoso e decisivo para a safra de verão no Rio Grande do Sul, setembro terminou com chuvas abaixo da média histórica no estado. O alerta para o agronegócio gaúcho vem da MetSul, que aponta para volumes abaixo de 20% da média histórica mensal em diversas regiões. As chuvas em setembro e na primavera deveriam ajudar a elevar as reservas hídricas do solo.
“O setembro de pouca chuva no Rio Grande do Sul preocupa porque outubro, outro mês que costuma na climatologia ter elevados volumes, deve repetir a tendência de precipitação abaixo a muito abaixo da média no estado gaúcho. O último trimestre deste ano […] deve ter chuva inferior ou muito inferior aos padrões históricos no território gaúcho”, avalia a meteorologista Estael Sias.
No verão, as precipitações costumam ser mais irregulares, além de que o sol e o calor aceleram a perda de umidade do solo. Neste ano, o La Niña também segue atuando, sendo que esta é a terceira primavera seguida sob influência do fenômeno. “Se por um lado a chuva sem alta frequência e volume favorece o plantio da safra de verão, as precipitações abaixo da média devem afetar as culturas no final deste ano. A maior preocupação, como temos exposto, é com o milho que pode voltar a ter quebra de safra”, alerta Estael.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) também prevê chuvas abaixo da média em outubro para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, alertando para “ligeira redução dos níveis de água no solo” e possibilidade de atrasos no plantio.
Setembro
Entre os destaques negativos, a chuva no mês de setembro em Uruguaiana foi de apenas 15,2 mm ou 17% da média histórica (série 1991-2020) de 86,6 mm. O mesmo ocorreu no extremo Sul gaúcho, onde em Santa Vitória do Palmar foram registrados no mês apenas 21,6 mm ou 22% da média histórica de setembro de 97 mm. A capital gaúcha, Porto Alegre, teve o mês de setembro com o menor acumulado mensal em mais de uma década. Os dados são de estações do Inmet e foram levantados pela MetSul.
Com informações da MetSul