Clima

Frio e geada exigem maior cuidado na produção de erva-mate

A erva-mate é companheira do povo gaúcho em qualquer momento, mas para que o consumidor tenha à disposição uma erva-mate de qualidade, a planta passa por um complexo processo de produção, desde o manejo na plantação ao seu processamento industrial.

Com a entrada do inverno, o cultivo e o manejo da erva-mate exigem atenção especial para garantir a qualidade do desenvolvimento da planta, além de protegê-la de doenças causadas, por exemplo, pela alta umidade do ar. Realizar o manejo correto é não só uma questão econômica para se tirar melhor proveito das produções, mas também de saúde do consumidor, conforme a Emater/RS-Ascar.

Estamos no período em que acontece a quebra da dormência das sementes, isto é, começam a ativamente desenvolver a planta. As sementes dos frutos colhidos em janeiro e março foram limpas e estão prontas para serem extratificadas na areia.

No entanto, o produtor deve ter cuidado no que diz respeito à manutenção da umidade adequada no recipiente em que está a semente, em especial nas semanas chuvosas. Sem cuidar ou fazer o manejo correto dos viveiros, ampliam-se as dificuldades em controlar doenças e realizar os tratos sanitários. Nesse sentido, também se deve evitar que a água da chuva entre nos viveiros. O processo de rustificação das mudas, que diz respeito à sua exposição ao Sol, é fundamental. Muitos dias nublados seguidos implicam na queda significativa de folhas por falta de incidência de luz solar.

A muda precisa completar seu desenvolvimento antes de ser plantada no campo. Também são necessários atenção e cuidado com o solo, pois corre o risco de erosão devido à concentração de água em curto período de tempo.

“Outro cuidado com o solo é que, para fazer o plantio, deve-se priorizar locais onde já tenham plantas de cobertura, ainda que possam ser semeadas após o plantio das mudas”, alerta o extensionista rural da Emater/RS-Ascar na região de Passo Fundo, Ilvandro Barreto, que também recomenda iniciar a implantação das plantas de cobertura durante o outono, para que estejam prontas no inverno. Estas vão auxiliar no processo de proteção do solo, na regulagem do microclima, cuidando da umidade, temperatura e adição de matéria orgânica na terra, para melhorar suas condições químicas, físicas e biológicas.

Durante o inverno não há muita preocupação com pragas, que tendem a atacar entre a primavera e o verão. Da mesma forma, a adubação não é recomendada durante o inverno, mas no período de desenvolvimento vegetativo das plantas, que ocorre entre a primavera e o verão. Por outro lado, o produtor precisa monitorar de perto o desenvolvimento de doenças, principalmente por conta da umidade e das precipitações.

As práticas de poda de formação devem ser evitadas no inverno por causa da geada e do frio. Os outros tipos de poda, como a de colheita, podem ser utilizados. Além disso, ao serem colhidas, é preciso ter cuidado para deixar folhas na copada, de modo a garantir a atividade da planta.

Produção

A produção média no Rio Grande do Sul em uma safra normal é de 320 mil toneladas de folhas verdes. A área abarca cinco polos ervateiros, sendo eles Celeiro-Missões, Alto Uruguai, Nordeste Gaúcho, Alto Taquari e Região dos Vales.

No RS, são 14 mil produtores rurais que cultivam erva-mate em suas propriedades, contabilizando uma área total de 31 mil hectares em produção. Além disso, seis mil hectares estão em processo inicial de implantação e ainda não estão produzindo, totalizando 37 mil hectares no estado.

Fonte: Emater/RS-Ascar