A Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Mapa publicou, nesta quarta-feira (22), a Instrução Normativa Nº 1, de 21 de junho de 2022, que estabelece o método para classificação do solo, em função da sua Água Disponível (AD), no Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC).
O Zarc, coordenado pela SPA, está passando por avanços metodológicos e operacionais, tanto na etapa de modelagem e processamento, que é de responsabilidade da Embrapa, quanto na comunicação e disponibilização dos resultados. As novas classes de solo se somam a este conjunto de melhorias que visam aperfeiçoar a indicação dos riscos dos cultivos agrícolas.
O novo conceito para a classificação do solo permite aumentar a precisão da estimativa do risco hídrico no Zarc, com enquadramento de risco em 99% das terras agrícolas brasileiras e é de fácil determinação.
Com uma análise de textura do solo, realizada dentro dos padrões estabelecidos na Instrução Normativa, é possível identificar a composição granulométrica com base nos teores percentuais de Areia Total (AT), de Silte (SIL) e de Argila (ARG), medidos na camada de 0 a 40 centímetros de profundidade.
Com os teores percentuais de silte, areia e argila, a água disponível é estimada para o solo de cada área de produção, através do uso de uma equação devidamente ajustada e validada para os solos predominantes e de maior uso agrícola no Brasil.
O conceito de AD indica a quantidade de água que pode ser armazenada no solo e utilizada pelas plantas e isso é determinante para o risco agroclimático. A capacidade dos solos de reter água em sua matriz porosa é função das suas propriedades físicas e é uma característica que interfere na produtividade das culturas agrícolas.
As primeiras culturas que terão portarias de Zarc publicadas com o novo formato de classificação dos solos serão: soja e arroz irrigado subtropical. A medida em que os estudos de Zarc são atualizados a nova metodologia de classificação dos solos é aplicada, dessa forma, portarias de Zarc publicadas no formato antigo continuam válidas até que a atualização ocorra e seja publicada uma nova portaria.
Zarc
Atualmente, o Zoneamento Agrícola de Risco Climático contempla 63 sistemas produtivos de cultivos agrícolas permanentes e anuais. Os estudos técnico-científicos são realizados por uma rede de pesquisa da Embrapa que conta com a participação de mais de 150 especialistas, em 32 centros de pesquisa da Embrapa e parceiros.
Os agricultores que seguem as recomendações do Zarc estão menos sujeitos aos riscos climáticos e poderão ser beneficiados pelo Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e pelo Programa de Subvenção ao prêmio do Seguro Rural (PSR). Muitos agentes financeiros só permitem o acesso ao crédito rural para cultivos em áreas zoneadas e para o plantio de cultivares indicadas nas portarias de zoneamento.