Milho

Com menor produção, RS deve adquirir 4 milhões/t de milho em 2022

2022 é o momento mais desafiador para o milho, aponta o diretor-executivo do Sips, Rogério Kerber.

Tomando como base os anos de 2020, 2021 e projetando para 2022, o diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos (Sips), Rogério Kerber, fez um balanço sobre a produção, a oferta e a demanda de milho no Rio Grande do Sul; durante Câmara Setorial do Milho da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), nesta segunda-feira (13).

Em 2020, o Rio Grande do Sul importou, ou adquiriu de outros estados, pouco mais de 2,6 milhões de toneladas de milho. Em 2021, foram 2,4 milhões de toneladas. “Essa redução tem uma justificativa: é que 2021 foi um ano em que muito trigo foi destinado à produção de rações, tanto de aves, quanto de suínos. Este ano já está sendo diferente. O trigo se valorizou muito no mercado internacional, então está inviável economicamente destiná-lo para a produção de ração”, explica.

Kerber acredita que 2022 é o momento mais desafiador. “Estamos, aqui no Rio Grande do Sul, com uma produção de milho bem menor do que nos dois anos anteriores, e já se projeta uma necessidade de aquisição em outros estados e mesmo em outros países, de cerca de 4 milhões de toneladas do grão”, admitiu. “Isso vai demandar um esforço do setor produtivo, especialmente de aves e suínos, de alocar recursos de mais de R$ 6 bilhões. A quantia será necessária para a compra do produto e para o pagamento da logística e do ICMS, quando se trata de aquisições em outras unidades da Federação. Felizmente sobre o produto importado, foi concedido o diferimento do ICMS na importação por parte do governo do Estado, via Sefaz”. 

O fluxo de entrada de milho importado, tanto do Paraguai, quanto da Argentina, está intenso, mas enfrentando alguma dificuldade porque está em vigor uma operação padrão por parte da Receita Federal e por parte do Ministério da Agricultura. “O Mapa não tem técnicos suficientes para atender à demanda, o fluxo de veículos que estão entrando via terrestre por São Borja e Porto Xavier. Estão sendo feitas tratativas para a abertura do porto no município de Porto Mauá, mas, também, infelizmente, não há técnicos do Mapa para viabilizar o trânsito portuário. São, portanto, desafios enormes que o setor está enfrentando”, ressalta Kerber.

Dados da Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz) e também informações sobre a saída de milho para outras unidades da Federação, especialmente Santa Catarina. Dados da Emater/RS-Ascar, Fecoagro e Conab. Com as informações dessas entidades foi montado um balanço de produção, demanda e exportação do grão.

Pró-Milho/RS

Outro ponto abordado durante o encontro foram as ações do Pró-Milho/RS, que “também foi muito importante pra fomentar o seguro rural, entre outras tantas ações desenvolvidas”, salientou assessor técnico da Câmara, Valdomiro Haas. “Ampliamos e qualificamos o Programa Troca-Troca de Sementes de Milho e Sorgo, por exemplo. E graças ao Pró-Milho a gente conseguiu fazer mais ações internas com a Emater/RS-Ascar. Anualmente, ocorrem cerca de 20 mil assistências técnicas que a Empresa presta aos nossos produtores”, complementou.

Foram feitas 24 instalações e acompanhamentos de Unidades de Referência Tecnológica (URT) com cultivo de milho; avaliações de perdas na colheita de milho em 72 lavouras; ações de assistência técnica e rural e projetos em secagem e armazenagem de grãos em mais de 500 propriedades; entre outras atividades. “Mais de 21 mil produtores rurais foram beneficiados com nossas ações”, destacou o engenheiro agrônomo e extensionista rural da Emater/RS-Acar, Elder Dal Prá.

A perda média de grãos nessa safra foi de 128,59 quilos por hectare, e que a frota de máquinas tem idade média de 18 anos. 

Programa Troca-Troca Sementes de Milho e Sorgo

Ainda há tempo para que os agricultores façam as reservas de sementes até o próximo dia 17 para a safra e, de 20 a 24 de junho para a safrinha. O engenheiro agrônomo e chefe da Divisão de Sistemas Produtivos do Departamento de Agricultura Familiar e Agroindústria da Seapdr, Jonas Wesz, destacou a ampliação nas quantidades de saca por produtor, que passou de 4 para 6 sacas de sementes. 

De acordo com Wesz, nessa safra, oito empresas oferecem 38 cultivares (12 de milho convencional, 19 de milho transgênico e sete de sorgo. “Até o momento, 425 entidades e 30 mil produtores fizeram o pedido de 86,8 mil sacas de sementes”, pontuou.