O mês de abril registrou queda de 8,09% nos preços recebidos pelos produtores, conforme indica o Índice de Inflação dos Preços Recebidos Pelos Produtores Rurais (IIPR), divulgado pela Farsul nesta quinta-feira (25). Está é a primeira deflação do indicador no ano. Já os custos de produção apresentaram estabilidade, com alta de 0,15% no Índice de Inflação dos Custos de Produção (IICP).
A queda dos preços recebidos é creditada principalmente a três fatores: a entrada da safra de grãos; desvalorização do Dólar frente ao Real; e expectativas de safra divulgadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
No acumulado em 12 meses, o IIPR registrou alta de 5,38%. No entanto, ele não acompanha a velocidade do aumento dos custos, estreitando as margens de lucro. O crescimento do IIPR também está abaixo do IPCA Alimentos, que atingiu 13% no acumulado de 12 meses em abril. Isso aponta que o preço ao consumidor está em elevação mais acentuada que o preço recebido pelo produtor. “E apesar de estarmos vivendo um momento de inflação geral dos preços no Brasil, ainda assim os produtos que compõem a cesta do custo de produção estão encarecendo de forma mais acelerada que os preços gerais da economia (IPCA)”, aponta o relatório.
A elevação do dos custos de produção foi, em parte, interrompida em função da queda do preço dos fertilizantes. Conforme a Assessoria Econômica da Farsul, há instabilidade na produção e fornecimento internacionais de alguns insumos desde 2020, com o início da pandemia, refletindo em aumento de preços.
Mesmo que ainda não tenha influenciado diretamente, o conflito entre Ucrânia e Rússia gerou instabilidade no mercado de agroquímicos e fertilizantes. O cenário encareceu os custos, que acumulam 41,15% em 12 meses. Em abril de 2021, o índice era de 20%, apontando altas sucessivas.
Fonte: Farsul