Mercado

Frango: embarques a países árabes e europeus vêm crescendo com força

418,2 mil toneladas de carne de frango foram exportadas pelo Brasil em abril.

As exportações brasileiras de carne de frango à China estão enfraquecidas, mas os envios a países árabes e europeus vêm crescendo com força. Esse cenário tem garantido que o volume total de proteína embarcado pelo Brasil se mantenha elevado e próximo da quantidade recorde.

De acordo com dados da Secex, 418,2 mil toneladas de carne foram exportadas pelo Brasil em abril, leve recuo de 0,1% frente a março, mas 5,7% acima do volume de abril/21 (395,7 mil toneladas). Além disso, a quantidade esteve próxima da recorde, de 463,9 mil toneladas, registrada em julho de 2018.

A demanda internacional aquecida pela carne de frango brasileira tem resultado em alta no preço médio da proteína. Assim, a receita adquirida por exportadores nacionais foi recorde em abril. Vale lembrar que, além da guerra na Ucrânia, importante fornecedor mundial da proteína, crises recentes de Influenza Aviária têm afetado o fornecimento internacional da carne avícola. Segundo a Secex, em abril, a receita com os embarques foi de US$ 821,1 milhões, montante recorde da série histórica, sendo 6,5% acima do observado em março e 34,6% maior que o de abril/21 (US$ 610 milhões).

Quadrimestre

No quadrimestre (janeiro a abril), as vendas internacionais de carne de frango alcançaram 1,560 milhão de toneladas, número 9% maior que o registrado nos quatro primeiros meses de 2021 (1,432 milhão de toneladas); de acordo com dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Em receita, o resultado do período cresceu 32,4%, com US$ 2,872 bilhões, contra US$ 2,169 bilhões no ano passado.

Os principais importadores dos produtos brasileiros no quadrimestre foram a China, com 197,1 mil toneladas (-3%), Emirados Árabes Unidos, com 164,4 mil toneladas (+80,4%), Japão, com 132,4 mil toneladas (+0,3%), África do Sul, com 119,8 mil toneladas (+14,3%), Arábia Saudita, com 87,2 mil toneladas (-45,4%), União Europeia, com 71,7 mil toneladas (+27,8%) e México, com 58,5 mil toneladas (+128,6%).

“Houve um crescimento generalizado entre os grandes importadores do Oriente Médio, Ásia e Europa, que compensou leves retrações na China e impulsionaram o bom resultado alcançado em abril. Os impactos gerados pela Influenza Aviária em grandes produtores e exportadores favoreceram o Brasil no comércio global, já que o país nunca registrou focos da enfermidade. A forte elevação dos custos de produção e a alta dos preços dos alimentos em âmbito global também influenciaram o resultado cambial das exportações, minimizando as dificuldades enfrentadas pelo setor”, avalia o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

Com informações do Cepea e ABPA