Por mais uma semana, a colheita da soja avançou pouco no Rio Grande do Sul, passando para 83%. O início do período de chuvas e a alta umidade seguem atrasando a operação no estado, especialmente na Metade Sul. Além disso, há danos nos locais onde choveu mais. “Constatou-se danos nos grãos de plantas maduras, como abertura de vagens, queda e início de germinação de grãos”, relata o Informativo Conjuntural, produzido e divulgado nesta quinta-feira (12) pela Emater/RS-Ascar.
Na Metade Sul do Estado, cerca de 65% das lavouras estão colhidas, enquanto o índice chega a 96% no no Extremo Norte, na região do Alto Uruguai. No estado, 1% das lavouras estão em fase final de enchimento de grãos e 16% em maturação. Apesar das chuvas, as lavouras em maturação não apresentaram danos causados pelo longo período de alta umidade, segundo o relatório.
Operação
A colheita foi intensificada na última sexta-feira (06), mas se limitou às lavouras de topografia mais elevada, já que nas mais baixas ainda havia muita umidade. A operação nos dias seguintes foi intensa, com o objetivo de diminuir a proporção de lavouras já maduras expostas as intempéries. O resultado foi um produto com alta umidade, acima da ideal para a operação.
Atraso pela chuva
O dia de sol de hoje (12) permitiu que a operação fosse finalizada na propriedade de Tomás Marini Silva, de Coxilha. Com um total de 170 hectares, a colheita só terminou agora no local, já que a área era de trigo e as chuvas da semana passada atrasaram a operação. A produtividade média nesta safra é de 40 a 45 sacas/ha.
Produtividade
A produtividade está na faixa de 1.400 a 1.500 kg/ha na média estadual, representando uma quebra de 55% em relação ao que foi projetado inicialmente. A regional de Santa Rosa é a que apresenta o pior resultado, com 525 kg/ha. “As condições de cultivo foram muito impactadas pela insuficiência de água no estabelecimento inicial e nas fases reprodutivas. Também se registram, nessa região, muitos casos de abandono de lavouras sem colher devido à inviabilidade econômica”, descreve a Emater.
Em seguida, as regionais de Bagé, Ijuí, Santa Maria e Frederico Westphalen apresentam produtividade entre 1.000 e 1.400 kg/ha. Assim como em Santa Rosa, é possível que a qualidade de sementes para a próxima safra seja afetada, especialmente nas cultivares de ciclo mais precoces.
Já as regionais de Caxias do Sul, Erechim, Lajeado e Soledade apresentam produtividade estimada entre 1.800 e 2.300 kg/ha.
Os melhores resultados vem das regionais de Pelotas e Porto Alegre, com expectativa acima de 2.500 kg/ha. No caso de Porto Alegre, a produtividade deve inclusive supera a projeção inicial, chegando a média de 2.850 kg/ha.
Com informações da Emater/RS-Ascar