Em uma safra com resultados definidos pela falta de chuvas, a colheita da soja está oficialmente encerrada no Paraná. Com 5,6 milhões de hectares plantados, o estado colheu cerca 11,9 milhões de toneladas da oleaginosa. A expectativa, no início da safra, era de 20,8 milhões de toneladas, configurando uma perda de aproximadamente 44% e uma safra “frustrada”, conforme o Administrador do Deral, Edmar Wardensk Gervásio.
A colheita no estado foi finalizada na última semana, quando foi confirmada no Boletim Semanal de Conjuntura Agropecuária do Departamento de Economia Rural (Deral). Ela decorreu dentro da normalidade e ainda há resquícios da operação no estado, conforme Gervásio.
Estiagem
O principal desafio enfrentado na temporada foi a estiagem que atingiu os estados do Sul do Brasil. “Em todo o estado você teve perdas em termos de produção pela questão climática, com uma produção média abaixo do que seria ideal ou esperado”, resume o especialista.
A região Sul do estado apresentou um desempenho um pouco melhor do que a média, com uma quebra de 16%. Como as lavouras são tradicionalmente plantadas mais cedo, elas ainda receberam um pouco mais de chuva e não foram tão impactadas pelo clima. “Foi menos castigada pela variação climática durante a safra”, ressalta Gervásio.
Mercado
Com a colheita finalizada, o foco passa para a comercialização da soja. “Até semana passada, praticamente metade da produção ainda não tinha sido comercializada”, aponta o administrador. No entanto, ela deve ser intensificada para a liberação de armazéns para entrada da segunda safra de milho.
Apesar dos altos custos de produção, Gervásio acredita que a relação de troca ainda é vantajosa para os produtores, devido aos preços da saca de soja. “Você tem ainda uma margem saudável para atividade, menor do que foi, por exemplo, no ano passado, mas ainda tem um cenário favorável. Ainda é uma atividade lucrativa para o produtor”, destaca.
Os bons resultados dos últimos anos e os patamares atuais de preço devem manter os produtores capitalizados. “A soja vem há vários anos com safras muito boas e com preços extremamente bons, o produtor foi muito bem remunerado e essa perda [desta safra] não deve impactar no sentido de capitalização no ciclo mais longo”, avalia Gervásio.