Apesar dos efeitos severos da estiagem em importantes regiões produtoras, a safra atual de verão do Rio Grande do Sul não deve ser tão impactada pela falta de chuvas quanto o ciclo anterior. É o que demonstram os números da estimativa final da safra 2022/2023 da Emater/RS-Ascar, divulgados hoje (07) na Expodireto Cotrijal. Ainda assim, ela figura como a terceira pior safra dos últimos dez anos no estado.
No caso da principal cultura do estado, a soja, a quebra de produtividade deve chegar a 30,5%, enquanto a expectativa de produção caiu 31%. Até mesmo a área da cultura, já estabelecida no estado, diminuiu 0,83% em relação ao estimado no início da safra.
Essa redução na área decorre da falta de umidade e do frio no início da safra, o que também está atrasando a colheita no estado, ainda mais do que no ano anterior. Além disso, há diferenças significativas de produtividade conforme as regiões, devido às diferenças nos regimes de chuvas. “Há regiões onde as chuvas ocorreram bem, mas na maior parte do estado, onde se produz mais soja, tivemos impactos significativos’’, ressalta o diretor técnico da Emater/RS, Claudinei Baldissera.
O milho tem números ainda mais representativos, com redução de quase 40% na produtividade. A produção tem resultados semelhantes, com projeção de queda de 41,5%. O comportamento do milho silagem é parecido, com queda de 39% na produtividade e -40,5% na produção. A colheita desta cultura já está mais avançada.
O arroz possui números mais tímidos, finalizando a safra com estimativa de queda de 5,9% na produtividade e quase 3% na produção. Já o feijão, com produtividade 7,3% menor, deve ter uma colheita quase 5% inferior à esperada. A área das culturas se mostrou maior do que era esperado inicialmente, com aumento de quase 3% para o feijão e 3,1% para o arroz.
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Durante o anúncio dos números, o papel da Emater/RS-Ascar para a manutenção de pequenas propriedades e, consequentemente, da produção de produtos essenciais para a alimentação, como leite e feijão, foi ressaltado. De acordo com o presidente da Cotrijal, Nei César Manica, a entidade traz sustentação, com tecnologia e inovação no campo, para que o produtor permaneça na atividade agropecuária.
A relevância e a credibilidade dos dados foi ressaltada pelo secretário de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Giovani Feltes. A secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann, lembrou que as informações também estão presentes no Monitor da Estiagem, disponibilizado pelo governo estadual.
A armazenagem de água também foi lembrada pelas autoridades, devido ao resultado das últimas safras gaúchas. O secretário de Desenvolvimento Rural, Ronaldo Santini, afirmou que a produção gaúcha poderia aumentar em 30% com segurança hídrica e reservação de água.
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