Sustentabilidade

Manejo adequado do solo e práticas sustentáveis são destaque em palestra no 33º Fórum Nacional da Soja

A primeira palestra do 33º Fórum Nacional da Soja debateu temas importantes para a sojicultura na manhã desta terça-feira (7), na Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque. Alexandre Lima Nepomuceno, chefe-geral da Embrapa Soja, falou sobre “Soja de Baixo Carbono e Sustentabilidade de Sistemas Produtivos”.

Em sua apresentação, Nepomuceno destacou o papel do melhoramento genético de plantas para evitar o abortamento de estruturas reprodutivas, estratégias de manejo para mitigação de prejuízos causados por condições climáticas atípicas e redução de carbono atmosférico. “Ninguém consegue fazer fotossíntese, capturar CO2, converter em alimento e ainda, transformar o que sobra, como raízes, talos e folhas, em matéria orgânica que sequestra carbono 365 dias por ano, como o Brasil”, afirmando que o número de safras pode chegar a quatro, de acordo com a região e o manejo realizado.

Além disso, Nepomuceno ressaltou que, internacionalmente, se têm uma visão errônea sobre o Brasil e que poucos países têm uma legislação tão específica e eficaz para a conservação e proteção do meio ambiente em sistemas produtivos, se referindo ao potencial de produção sustentável do país.

Na abertura da programação o presidente da Cotrijal, Nei Manica, falou sobre os desafios e potenciais da sojicultura para a região, afirmando que eventos técnicos são fundamentais para a troca de informações e tecnologias que podem trazer resultados ao campo.

Sobre os métodos de prevenção contra a seca, o Secretário de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul, Giovani Feltes disse que “temos muito o que avançar na legislação estadual e federal. Não basta somente irrigar, precisamos de um manejo assertivo, rotação de culturas e condições adequadas de solo”.

O presidente da Cooperativa Central Gaúcha Ltda (CCGL), Caio Viana, ressaltou que, diante das condições climáticas e repetidas ocorrências de estiagem, um solo em boas condições é primordial. “O produtor deve fazer o que está em seu alcance, que é cuidar do solo. Não é possível continuar usando apenas o perfil de 20 centímetros, precisamos de profundidade e alto teor de matéria orgânica em nossos solos”, disse.

Na mesma linha, Paulo Pires, presidente da Fecoagro, afirmou que é imprescindível realizar a conservação do solo para que no momento de falta de chuva, a planta tenha condições de buscar água em profundidade no solo.

Outros assuntos como o panorama de commodities e tendências do agronegócio, além da análise macroeconômica e políticas de impacto para o setor agrícola também foram pauta da programação.