O valor de referência do leite no Rio Grande do Sul está previsto em R$ 2,1592 o litro neste mês de janeiro. O indicador é 1,9% menor do que o consolidado do mês de dezembro de 2022 (R$ 2,2010), de acordo com o Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Estado do Rio Grande do Sul (Conseleite/RS).
Apesar de certa estabilidade na cotação, o momento é dificílimo para produtores e indústrias. “O que nos preocupa agora é como o mercado irá reagir a mais um ano de estiagem com falta de alimentação aos animais no campo. É hora de o poder público olhar para o setor lácteo gaúcho”, ressalta o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini.
A maior preocupação das entidades que compõem o Conseleite é que o cenário acabe resultando em uma debandada da atividade. “O setor não tem mais onde ceder. Com esses novos aumentos de custo, parte vai acabar sendo repassada ao consumidor”, alertou.
Palharini lembrou que um agravante neste cenário é a competição com os produtos importados dentro do mercado nacional, uma vez que os governos do Uruguai e da Argentina concedem subsídios aos ‘tambos’ de seus países, o que não existe no Brasil. “Precisamos ver como o governo vai tratar essa questão porque ela gera uma situação de desigualdade competitiva”.
Estiagem
Durante a reunião, o gerente técnico adjunto da Emater, Jaime Ries, apresentou um levantamento das perdas na produção de silagens por região do Rio Grande do Sul. Segundo ele, a perda média de silagem é de 33%. Contudo, em alguns municípios o prejuízo passa de 50%.
Nomeação
Durante a reunião, nesta terça-feira (24), Palharini, foi nomeado como novo coordenador do Conseleite a partir de fevereiro, conforme já previsto no regimento do colegiado que determina alternância de cargos entre produtores e indústrias. Eugênio Zanetti, da Fetag, passa a exercer a vice-coordenação.