A média estadual do avanço do plantio da soja se manteve em 96% nesta semana, com avanços pouco significativos estatisticamente. Perdas de produtividade já são apontadas pela Emater/RS-Ascar, especialmente nas regiões administrativas de Bagé, Ijuí, Pelotas e Santa Maria. Os prejuízos são distintos entre as regiões, dependendo da distribuição e dos volumes das chuvas.
“Há necessidade de cautela com essas estimativas, pois podem ser revertidas, dependendo da capacidade de recuperação da cultura, ou ainda aumentar, caso se prolongue o período seco”, afirma o Informativo Conjuntural divulgado nesta quinta-feira (12) pela Emater/RS-Ascar.
A maioria das lavouras do estado (80%) está em desenvolvimento vegetativo, que ocorre de maneira irregular e desuniforme devido a variação dos teores de umidade nos solos. “Onde o déficit hídrico é mais grave, as lavouras apresentam menor porte, encurtamento dos entrenós, amarelecimento dos primeiros trifólios e até morte de plantas, principalmente nas bordas das lavouras e em topografia de solos rasos”, relata o documento. Já em lavouras em que ocorreram precipitações, o estado geral das lavouras é mais próximo da normalidade.
As lavouras em floração representam 19% das áreas do estado. A Emater/RS-Ascar alerta que o aumento da emissão dos botões florais torna as plantas mais sensíveis ao estresse hídrico. “A reposição de umidade é urgente para não ocorrer o abortamento floral”, destaca o Informativo.
Milho
Avanço lento também da semeadura do milho, que evoluiu apenas um ponto percentual, chegando a 93% da área estimada. A operação ocorreu em pequenas áreas onde houve chuvas pontuais e em áreas em sucessão ao tabaco.
Os danos causados pela estiagem continuam se agravando, com perdas maiores no Centro e Oeste do Estado. As regiões administrativas da Emater/RS-Ascar mais afetadas são a de Santa Maria, com perdas estimadas em até 50%; a de Frederico Westphalen, 45%; e as de Bagé, Ijuí e Santa Rosa, superiores a 30%. Apenas as regionais de Caxias do Sul e Porto Alegre não foram afetadas.
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A Emater/RS-Ascar observa que a distribuição irregular das chuvas provocou diferentes resultados em lavouras, até dentro de um mesmo município. Em termos de época de semeadura, as menos afetadas foram as implantadas no cedo, antes do mês de agosto. As plantadas posteriormente apresentam maiores danos, pois os períodos de florescimento e enchimento de grãos coincidiram com períodos críticos de ausência de umidade e altas temperaturas.
Com informações da Emater/RS-Ascar