Agronegócio

Verão começa hoje com expectativa de neutralidade do La Niña

A estação mais quente do ano começa hoje (21) no Hemisfério Sul e se estende até o próximo dia 20 de março. Depois de três anos com a permanência do La Niña durante todo o verão, desta vez, a expectativa é de que o fenômeno perca força e atinja a neutralidade, fazendo com que as chuvas ocorram com maior constância em todo o país. 

Segundo o agrometeorologista Marco Antônio dos Santos, da Rural Clima, “apesar de mais frequentes, as precipitações tendem a ser irregulares, ocasionando variação de produção de acordo com as microrregiões”. Santos destacou ainda que, “a maior preocupação está na metade sul do Rio Grande do Sul, que pode receber volumes de chuva abaixo da necessidade, enquanto que nas demais regiões, a previsão indica bons acumulados”.

Para o professor da Universidade de Passo Fundo (UPF), Mateus Bortoluzzi, ainda que os modelos meteorológicos indiquem uma neutralidade a partir de março, as lavouras de soja podem sofrer com a falta de chuvas. “O cenário ainda é preocupante em função da permanência desse fenômeno, principalmente até janeiro”, destacou Bortoluzzi. 

De acordo com o prognóstico do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) para o sul do Brasil, a previsão também indica maior probabilidade de chuvas próximas e abaixo da climatologia em toda a região, justificadas pela ocorrência La Niña. Além disso, para as temperaturas, o órgão aponta que os índices serão próximos à climatologia e ligeiramente acima da média.

Para minimizar os efeitos de uma possível deficiência hídrica, a manutenção das condições químicas e físicas do solo são fatores fundamentais para o armazenamento de água. Neste sentido, a presença de palhada e matéria orgânica no solo, disponibilizadas por meio do sistema de plantio direto (SPD), rotação de culturas e uso de plantas de cobertura, podem reduzir os prejuízos e proporcionar melhores condições de perfil de solo para o armazenamento de água. 

Entenda

La Niña é um fenômeno que provoca o resfriamento das águas do Oceano Pacífico Equatorial, quando os ventos sopram com grande intensidade deslocando a camada de água quente de leste para oeste. No Brasil, os efeitos são sentidos na metade sul, que enfrenta maiores períodos de estiagem, enquanto que no norte e nordeste, ocorre um aumento de precipitação. Quando o fenômeno atinge a neutralidade, significa que não há caracterização de La Niña ou El Niño.

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