Tecnologia

Inovação no Agronegócio: meu negócio está nessa “jornada”?

A inovação é um dos fatores que geram desenvolvimento econômico. A melhoria da expectativa de vida, as ferramentas de comunicação a longa distância e o armazenamento de energia ocorreram em função de tecnologias que foram desenvolvidas e introduzidas comercialmente no mercado.

Isso também se aplica em diferentes áreas no Agronegócio. Por exemplo, o leite UHT (Ultra High Temperature), também conhecido como Longa Vida, é obtido pelo processo de Temperatura Ultra Alta de Pasteurização. Essa tecnologia permitiu a conversação do leite sem a necessidade de refrigeração, em função da eliminação de bactérias, e revolucionou toda a cadeia produtiva, eliminando muitas empresas e cooperativas que não conseguiram se adaptar a esse novo padrão tecnológico.

Mas o que é inovação? A inovação é adoção de algo novo dentro de uma empresa ou cooperativa. Quando falo em algo novo, me refiro a um processo, produto, modelo organizacional, marketing ou modelo de negócio, entre outros tipos de inovação. Para ser inovação precisa ser aceito e validado pelo mercado.

Por exemplo, uma concessionária agrícola que só vendia máquinas, mas passa a oferecer o serviço de aluguel de colhedoras ou semeadoras por safra. Ela está inovando no modelo de negócio, mas somente se esse modelo for aceito pelos produtores rurais, ou seja, se eles usarem esse novo serviço oferecido.

A inovação determina sobrevivência e nem sempre a inovação é tecnológica

Dieisson Pivoto

Por que a inovação é relevante para empresas, organizações e produtores rurais no agronegócio? Porque a forma como esses agentes adotam ou geram suas inovações define quem continua no mercado ou perde espaço para outros concorrentes. A inovação determina sobrevivência e nem sempre a inovação é tecnológica (ou de processos).

Nesse contexto, as empresas e produtores rurais têm se aproximado de ecossistemas de inovação. Empresas tradicionais e de grande porte, assim como cooperativas, têm buscado se aproximar de hubs, parques tecnológicos e startups para desenvolver soluções focadas “nas suas dores”, como é a linguagem utilizada nesse meio para um problema a ser resolvido.

Mas quais são os benefícios dessa aproximação e desse movimento no agronegócio brasileiro? É só mais uma moda e barulho como outros movimentos? E isso traz benefícios reais? Inicialmente, um dos benefícios é a mudança de cultura organizacional e inserção de uma cultura mais ágil e de experimentação em muitas empresas do agronegócio brasileiro.

Observa-se que as empresas que se aproximam ou tem contato com ecossistemas de inovação estão iniciando uma jornada com a gestão de inovação. Mas o que é a gestão da inovação? É não deixar ao acaso esse processo. É ter ações formais para desenvolver novos processos, serviços ou produtos, é fazer parcerias ou investir em agtechs que podem contribuir com o negócio da empresa. E isso pode ser feito por empresas de diferentes áreas, como produtores de sementes, revendas de insumos e máquinas agrícolas, prestadores de serviço, processadores de frutas e grãos e empresas de logística.

A inovação tira as empresas e indivíduos da estabilidade

Dieisson Pivoto

Como exemplos interessantes de hubs de inovação temos o Agtech Garage em Piracicaba (SP); o Celeiro em Porto Alegre (RS) e o Agrihub em Cuibá (MT). Esse último, o Agribub, possui uma série de iniciativas para atender produtores rurais que apresentam dificuldade em ter uma gestão da inovação em seus negócios. O AgriHub identificou um grupo de produtores rurais com perfil visionário e criou a Rede de Fazendas Alfa. A Rede de Fazendas Alfa é conectada com startups, mentores, empresas de tecnologia, pesquisadores e investidores por meio de eventos e programas: Conexão AgriHub, Ecossistema de Inovação e Summit Agrihub. A inovação tira as empresas e indivíduos da estabilidade.

Esse é um exemplo aplicado de iniciativas que podem trazer resultados aplicados para o agronegócio brasileiro. Somado a isso, podem gerar novas empresas e negócios em várias regiões do país que contribuam para “dores” atuais do agronegócio, como sustentabilidade, recursos humanos, logística, monitoramento, treinamentos, entre outras oportunidades de negócios.

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