Após a frustração na safra 2021/22, o Rio Grande do Sul estima uma recuperação na safra de verão 2022/2023. Apenas na soja, a expectativa é de mais de 20,5 milhões de toneladas produzidas. O crescimento é resultado do aumento de 2,83% que deve ocorrer na área na cultivo. Os dados preliminares da Safra de Grãos de Verão 2022/2023 no RS foram apresentados hoje (30) pela Emater/RS-Ascar, na 45ª Expointer, realizada no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio.
A produção estimada, caso se confirme, seria 124,41% maior do que o resultado obtido na safra anterior. Além disso, a produtividade é calculada em 3.131 kg/ha, 112,68% maior do que a média de rendimento na safra passada. A área projetada para soja é de mais de 6,5 milhões de hectares. “Como a metade Norte do Estado tem a soja com um potencial mais consistente, percebemos que a cultura está avançando para a metade Sul, necessitando de um manejo mais profissional, mas o resultado projetado é espetacular”, avalia o diretor técnico da Emater/RS, Alencar Rugeri.
Os grandes prejuízos da safra anterior não devem impedir um aumento de 5,91% na área cultiva de milho. Uma das culturas mais afetadas pela estiagem, o milho deverá alcançar uma produção de mais de 6,1 milhões de toneladas, ou seja, 104,54% maior do que a safra passada (2.983.634 ton), a serem cultivadas numa área de 831.786 hectares, gerando uma produtividade média prevista de 7.337 kg/ha, o que representa 90,47% a mais do que a obtida na safra passada (3.852 kg/ha).
“Apesar de a produção de milho aumentar há quatro anos, precisamos de políticas públicas de incentivo para essa cultura, a exemplo do Pró-Milho, que envolve todas as entidades do agro do Estado. Temos necessidade de atender as demandas das criações, importante pela pujança do setor de proteína animal”, observa Rugeri.
No Milho Silagem, a produção esperada para a safra 2022/23 é de 13.835.615, ou seja 78,06% a mais do que a safra anterior, que foi de 7.770.047. Apesar da área diminuir -8,31%, passando de 398.587 hectares para 365.467 hectares, a produtividade estimada para esta safra é de 37.857 kg/ha, ou seja, de 93,01% superior aos 19.614 kg/ha de rendimento do milho silagem na safra passada.
Já a safra de Arroz projeta para a safra de verão uma redução de área de -9,90%, passando de 957.185 hectares (safra 2021/2022) para 862.498 hectares (estimativa inicial do Instituto Riograndense do Arroz – Irga para 2022/2023). Isso vai fazer com que o RS tenha, para a próxima safra de verão (2022/2023), uma produção de 7.094.909 toneladas de arroz (a safra 2021/2022 foi de 7.708.517 toneladas), e uma produtividade média de 8.226 kg/ha, ou seja, de -1,10% menor do que a obtida na safra anterior, que foi de 8.315 kg/ha.
Para o Feijão 1ª safra, a Emater/RS-Ascar também projeta uma redução de -4,56% da área a ser cultivada, totalizando, para a safra de verão, 30.561 hectares no RS (na safra passada foram cultivados 32.020 hectares). A produção estimada de feijão é de 51.985 toneladas (42.188 toneladas na safra 2021/2022), e a produtividade para a safra 2022/2023 é de 1.701 kg/ha, 28,19% maior do que a da safra anterior, que foi de 1.327 kg de feijão por hectare. “Com o avanço da Agricultura de Baixo Carbono (ABC), as culturas de verão, como o feijão, têm que estar fortalecidas no sistema de produção do Estado”, ressalta Rugeri.
No total de grãos a serem cultivados no RS para a safra 2022/2023, a Emater/RS-Ascar e o Irga estimam uma produção de 33.813.698 toneladas, o que representa um aumento de 69,93%, se comparada com a safra anterior 2021/2022, que foi de 19.898.079 toneladas. Na área a ser cultivada com os grãos de verão no Estado, as estimativas indicam o total preliminar de 8.293.457 hectares, ou 1,60% acima da área cultivada na safra passada, que foi de 8.162.525 hectares.
Para Rugeri, o momento é de refletir e celebrar as perspectivas para a safra de grãos de verão. “Nosso maior desejo é que essas informações se consolidem”, finalizou o diretor técnico da Emater/RS.
PROGNÓSTICO CLIMÁTICO TRIMESTRAL
Antes da apresentação das estimativas iniciais da safra de verão 2022/2023, o meteorologista da Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), Flávio Varone, ressaltou a tendência de o Rio Grande do Sul ter uma primavera amena, “dentro da normalidade, com declínio do fenômeno La Niña, à medida que se aproxima o verão”.
Segundo o meteorologista, o inverno se mantém típico, mais úmido, e os meses de setembro e novembro têm condições de chuva dentro da normalidade para a época, assim como em outubro, “quando teremos a sensação de que o inverno ainda não passou, com noites mais frias”, disse Varone, ao antecipar como previsão para o verão a ocorrência de estiagens curtas e regionalizadas.
Com informações da Emater/RS-Ascar