Dentre os principais grãos produzidos em Santa Catarina em maio, o trigo foi o único a registrar alta nos preços, tendo uma elevação de 4,48% nas cotações, fechando o mês em R$98,82 a saca de 60kg. Já as cotações do milho recuaram 10,9% e o preço médio do feijão-carioca foi 9,5% inferior ao recebido pelos produtores catarinenses em abril, de acordo com o Boletim Agropecuário de junho, da Epagri/Cepa.
Trigo
Em termos nominais, os preços cobrados em maio deste ano estão 15,27% acima daqueles registrados em maio de 2021. Contudo, nos primeiros onze dias de junho, o preço médio do trigo já está em R$114,44/sc de 60kg.
A nova safra se inicia em meio a um cenário de incertezas. Problemas no abastecimento de fertilizantes geraram significativos aumentos de preço. Por outro lado, o cenário internacional de menor oferta, em função de problemas com a safra do hemisfério norte (invasão da Ucrânia pela Rússia e condições climáticas adversas nos Estados Unidos) e restrições de exportação adotadas em alguns países, abre uma janela de oportunidade e expectativa de bons preços na comercialização da nova safra de trigo.
Feijão
O preço médio do feijão-carioca em maio teve média de R$318,00/sc de 60kg. Para o feijão-preto, os preços tiveram forte variação negativa de 16,7% no último mês, fechando a média de maio em R$208,2/sc de 60kg. O comportamento altista registrado para os preços do feijão-carioca se deve aos problemas climáticos que afetaram a primeira safra, diminuindo a oferta do produto. Todavia, na segunda safra, o excesso de chuvas nas fases de maturação e colheita está comprometendo a qualidade e reduzindo a oferta do produto.
Em relação ao feijão total (feijão total é a soma da safra de feijão 1ª e feijão 2ª) para a temporada 2021/22, estimativas da Epagri/Cepa apontam que Santa Catarina deve atingir aproximadamente 67 mil hectares de feijão, o que representa um aumento de 12% em relação à safra anterior. A produtividade média também deverá crescer, ficando em 1.589kg/ha, um aumento de 9% em relação à do ano anterior. Mesmo com um ano agrícola muito prejudicado por condições climáticas extremas, o aumento na produção total deverá ficar em torno de 22%.
Milho
Após registrarem valor médio mensal recorde em fevereiro, cerca de R$100,00/sc, as cotações recuam 10,9% até maio. O principal fundamento que está orientando os preços no período é a expectativa da boa segunda safra nacional, com maior oferta no mercado interno. Contudo, o custo de produção referencial para a produção de milho entre abril de 2021 e abril de 2022 (alta tecnologia) apresentou um aumento significativo, que chegou a 48%. O item insumos foi o que apresentou maior elevação de 65,3%.
Soja
Os preços apresentaram fortes oscilações nos últimos três meses. Após níveis recordes em março acima de R$200,00/sc, as cotações recuam em abril com a expectativa de maior produção nos EUA. No cenário mundial, a projeção para produção das oleaginosas em 2022/23 está prevista em quase 647 milhões de toneladas, conforme último relatório do USDA de junho. A redução prevista na produção de girassol na Ucrânia e de colza na União Europeia é que está influindo na redução das estimativas globais.