Após sucessivos aumentos no diesel, o preço do frete rodoviário começa a dar indícios de alta. No último ano, o custo do transporte por quilômetro rodado por eixo no agronegócio atingiu alta de 3,92%, enquanto o preço do diesel S500, no mesmo período, subiu 53,11%, segundo o Índice Fretebras do Preço do Frete (IFPF) de maio. A expectativa da empresa é de que a nova alta, de 14,26%, intensifique as negociações de caminhoneiros autônomos para tentar compensar a escalada no custo do transporte.
Uma enquete da Fretebras com mais de 1.300 motoristas mostra que 44,8% dos participantes consideram deixar a profissão em breve, devido ao aumento nos custos do transporte. “A verdade é que o principal fator que influencia no valor dos fretes é a lei de oferta e demanda. Se os caminhoneiros não aceitarem mais viajar a um preço que não compensa, naturalmente o valor do frete vai aumentar. Está nas mãos dos próprios caminhoneiros a força para influenciar o preço no curto prazo”, explica Hacad.
Aumentos pelo país
Considerando todos os setores analisados, entre maio de 2021 e maio de 2022, o custo do transporte por quilômetro rodado por eixo atingiu alta recorde de 3,79% no país. De abril para maio de 2022, também houve um maior aumento do diesel (+3,67%) em relação ao preço do frete, que ficou praticamente estável (+0,98%).
As regiões Sudeste e Sul apresentaram as maiores altas no frete rodoviário, de 7,20% e 4,10%, respectivamente, no comparativo anual. Dentre os Estados, os de mais destaque foram São Paulo que obteve uma alta de 8,09% e Santa Catarina que registrou aumento de 6,82%.
Metodologia
Os dados que compõem o Índice Fretebras de Preço do Frete (IFPF) têm base na análise de cerca de 4 milhões de fretes cadastrados até maio de 2022. A plataforma conta com mais de 700 mil caminhoneiros cadastrados e 18 mil empresas assinantes. Os fretes publicados cobrem 95% do território nacional. Foram analisados também os preços de combustíveis publicados pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), principal índice de preço de combustíveis no Brasil.
Aumento
A Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) aponta que o último aumento no diesel acarretará a necessidade de reajuste adicional de no mínimo 5,0% e recomenda que o aumento seja aplicado emergencialmente. “É imprescindível para manter a contento a saúde financeira das empresas transportadoras que sejam repassados de forma imediata o acumulado dos aumentos de combustível, até porque este é um custo relevante e que não há formas de reduzi-lo pelo lado do consumo (as que existem já foram adotadas)”, afirmou a entidade em comunicado.