Agronegócio

Monitoramento no PR identifica contaminação em 26% das amostras de feijão analisadas

A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) identificou índices irregulares de contaminação em 26% das 38 amostras de feijão coletadas durante monitoramento realizado no segundo semestre do ano passado. Com isso, a entidade afirma que está trabalhando para coibir a prática do uso abusivo de agrotóxicos e orientar os produtores sobre o manejo correto. O objetivo é evitar a contaminação nas principais áreas produtoras de feijão no Paraná.

O principal ingrediente ativo detectado nas amostras fora do padrão foi o glufosinato, representando 80% do total. Esse produto é autorizado para dessecação pré-colheita. Das amostras que apresentaram glufosinato, 20% também apresentaram glifosato, com LMR acima do permitido, indicando mistura de tanque para dessecação. Também foi observada a presença do acefato, autorizado no controle de pragas, representando 10% das amostras fora do padrão.

Analisando as hipóteses para o índice de contaminação, foi identificada a antecipação da dessecação, na qual o agrotóxico pode estar sendo aplicado ainda com a planta toda verde, sendo que a recomendação para uso de glufosinato é para quando a cultura estiver com 50% das vagens secas. “O adiantamento da dessecação pode ser um dos motivos de estarmos detectando resíduos em limites acima dos permitidos. Tudo indica que para a próxima safra o problema deve ser resolvido”, afirmou o gerente de Sanidade Vegetal da Adapar, Renato Rezende Young Blood.

O monitoramento dos resíduos de agrotóxicos no feijão foi realizado nas propriedades, o que visa garantir a rastreabilidade. As 38 amostras foram recolhidas principalmente no momento da colheita. As amostras contaminadas apresentaram índices de agrotóxicos fora do padrão, com valores acima do Limite Máximo de Resíduo (LMR) permitido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ou proibido na modalidade de uso para a cultura. Os produtores flagrados em ações que não respeitam as normas legais foram autuados pela Adapar e tiveram os processos remetidos para o Ministério Público.

“Estamos trabalhando intensamente para identificar os possíveis problemas no cadastro, comércio e uso dos agrotóxicos recomendados para a cultura do feijão, com o objetivo de melhorar a qualidade do alimento e a segurança alimentar para os todos os consumidores”, afirmou Young Blood.

Com informações da Seab