Leite

Cadeia leiteira busca inspiração na Nova Zelândia para aumentar produção e exportações

A cadeia leiteira do Sul do Brasil tem como objetivo ampliar as exportações para o mercado internacional. Para isso, precisa contornar alguns gargalos da produção e aprimorar a qualidade do leite. Uma inspiração para atingir esse objetivo é a Nova Zelândia. O país é um grande produtor mundial e exporta 96% do leite que produz. Os seus métodos foram tema de um seminário realizado na última quinta-feira (26) em Passo Fundo.

O Seminário Fundamentos de Produção e Qualidade do Leite da Nova Zelândia foi promovido pelo Senar-RS e pela Embaixada da Nova Zelândia | Foto: Matheus Lorenzini/Destaque Rural

Entre os principais aspectos abordados, estão a gestão dos negócios, a genética e a alimentação dos animais. “Estamos falando de uma atividade produtiva em que em muitos casos já está no limite da capacidade produtiva dos animais, então a genética é algo muito importante para que a gente consiga ter um espaço maior para tirar mais produção de um mesmo animal”, explica o superintendente do Senar-RS, Eduardo Condorelli.

Já a alimentação é responsável por até 80% dos custos, sendo fundamental para discutir toda a gestão econômica da atividade leiteira. “Nós temos que intensificar o processo produtivo e isso se dará na base de uma melhor alimentação. Esta melhor alimentação num país como o Brasil, particularmente numa região como o Rio Grande do Sul, precisa ser em base de produção de plantas forrageiras e não de ração”, ressalta o superintendente.

Exportações

Aumentar as exportações poderia se traduzir no crescimento da produção, o que economicamente traria ampliação das vagas de empregos e renda. Para isso, aprimoramentos são necessários em toda a cadeia leiteira. “Nós temos dever de casa para fazer nos três pilares: custo, que envolve eficiência produtiva; a base de sanidade e qualidade do leite; e na organização e na coordenação geral da cadeia produtiva, principalmente voltada a reduzir aquelas assimetrias tributárias, os custos ociosos, para fazer com que o produto final chegue em igualdade de competição com aquilo que os melhores países do mundo têm”, explica o coordenador da Aliança Láctea Sul Brasileira, Airton Spies.

Além disso, a melhoria da relação entre produtor e indústria, segmentação da produção e questões logísticas também estão na pauta de aprimoramentos, incluindo o aumento de teor de sólidos do leite. Já entre as ações da Aliança para avançar nas exportações está o desenvolvimento de um programa de incentivos.

Vocação

O clima e a capacidade de produção de forragem são apontadas como vantagens da região. No entanto, o produtor de Marau Rogério Tímbola cita mais um ponto forte: “Eu acredito muito na produção de leite do Rio Grande do Sul porque nós temos vocação. Eu acho que nós vamos ter que produzir no futuro leite para o nosso Brasil inteiro e quem sabe um dia também chegar a um ponto de conseguir exportar na mesma quantidade que a Nova Zelândia exporta, isso nos traria com certeza uma rentabilidade muito melhor”.

“Eu acredito muito na produção de leite do Rio Grande do Sul porque nós temos vocação”

Rogério Tímbola – produtor e Presidente do Sindicato Rural de Marau

Ele pretende levar os conhecimentos do seminário para sua propriedade, melhorando o desempenho e o manejo. “A gente veio em busca de novos conhecimentos e para saber algumas atitudes que se precisa tomar para conseguir no futuro produzir mais. Sempre se busca aumentar a média de produção com custo cada vez mais barato”, ressalta.