Desafios da Soja

Paraná estima produção de 11,8 milhões de toneladas de soja

Com 2% da área ainda a ser colhida, o Paraná estima que a produção de soja deve resultar em cerca de 11,8 milhões de toneladas. O número representa um pequeno aumento em relação ao projetado em março, quando o estado projetava colher 11,5 milhões de toneladas. No entanto, o resultado confirma perda superior a 9 milhões de toneladas diante da previsão inicial, devido às condições climáticas adversas em períodos fundamentais no desenvolvimento dos grãos. As informações constam na Previsão Subjetiva de Safra (PSS), apresentada nesta quinta-feira (28) pelo Departamento de Economia Rural (Deral).

O rendimento por hectare caiu de 3.549 quilos para 2.094. A estimativa é que, a preços de hoje, o prejuízo em relação à movimentação de recursos tenha superado R$ 25 bilhões.

Apesar da expectativa de a colheita ser concluída nesta semana não ter se confirmado, o Boletim Semanal do Deral informa que as operações devem chegar ao fim ainda neste mês.

Safra

A safra primavera/verão paranaense deve totalizar pouco mais de 15,1 milhões de toneladas de grãos, 35% inferior ao resultado do ano passado. Já a safra de cereais de verão/outono está estimada em volume pouco superior a 16 milhões. “Vai recompor a oferta tanto no Paraná quanto no Brasil, ajudando a dar uma apaziguada nos custos de produção das proteínas animais”, avaliou o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara. Já a safra de inverno está projetada em mais de 4,7 milhões de toneladas, um aumento de 21%.

No total, a estimativa da safra paranaense na safra 2021/22 é de pouco mais de 36,6 milhões de toneladas, com variação positiva de cerca de 10% em relação aos 33,3 milhões de toneladas do ciclo anterior, que foi bastante afetado pela estiagem e geadas.

Feijão

Em relação à primeira safra de feijão, a quebra de 30% foi sacramentada, o que se deve às condições de plantio no ano passado, bastante afetado pela seca. Durante o desenvolvimento, o clima também não contribuiu, em razão dos ventos gelados e chuviscos, seguida de seca a partir de dezembro. Da previsão de 276 mil toneladas caiu para 195 mil. Já foram comercializados 92%.

Para a segunda safra, que teve o início da colheita na última semana, as previsões continuam otimistas. Houve aumento de área plantada, chegando a 301 mil hectares. O levantamento realizado pelos técnicos do Deral indica produção de 605 mil toneladas. Até agora as condições climáticas favorecem a cultura. “Se isso se confirmar, será a maior safra de feijão no Paraná e podemos, sozinhos, abastecer o Brasil todo em torno de dois meses e meio a três meses”, disse o economista Methodio Groxko.

Trigo

A PSS de abril mantém a expectativa de que sejam plantados 1,17 milhão de hectares de trigo no Estado, com possibilidade de se colher 3,9 milhões de toneladas, 20% a mais que em 2021. O plantio já iniciou e até agora 3% estão semeados. “Até o momento, as condições de campo foram ideais para a cultura e a umidade disponível no solo deve garantir a continuidade dos trabalhos no início de maio”, salientou o agrônomo Carlos Hugo Godinho.

Segundo Godinho, os produtores vivem este ano uma situação diferente da experimentada neste mesmo período em 2021. Naquele ano, as chuvas adequadas para germinação do trigo ocorreram apenas na metade de maio. Com isso, a expectativa agora é que no encerramento do próximo mês o Estado esteja com meio milhão de hectares semeados. “Isto pode possibilitar um melhor escalonamento da safra atual, diminuindo a concentração do plantio e, consequentemente, minimizando o risco do produtor”, disse.

Fonte: Seab