Mercado

Setor de biológicos deve crescer até 45% na safra 2022/23

O uso de biológicos tem entregue para o agricultor uma alternativa por ser um novo módulo de ação, nessas diferentes doenças e pragas.

Os produtos biológicos para controle de pragas e doenças deixaram de ser considerados uma medida alternativa na lavoura, isso porque, o produtor que utiliza o controle biológico na sua propriedade tem em mãos uma grande variedade de tecnologias que atendem cada vez mais às suas necessidades. “O mercado de biológicos nos últimos 10 anos e mais precisamente nos últimos cinco anos, vem crescendo muito”, afirma o diretor de marketing da Agbitech Brasil, Pedro Marcellino.

De acordo com o especialista, o setor tem um crescimento maior do que outros segmentos do agronegócio. “Hoje o mercado agrícola de insumos ele deve crescer uma taxa de até 2% ao ano enquanto que o mercado de biológicos nos últimos anos cresceu entre 20 e 40% nessa última safra, ainda não temos um número fechado, mas a estimativa é que esse mercado tenha crescido por volta de 42% a 45%, então realmente vem crescendo muito mais do que os outros segmentos dentro do setor do agronegócio”, ressalta.

Nesse ritmo a expectativa crescimento para a próxima safra é de até 45%.  “A previsão mínima é que esse mercado cresça 25%, podendo chegar a 45%, como foi nesse último ano. O interessante no mercado de biológicos, é que como eu disse nos últimos cinco anos passou a ter um crescimento de mercado, e esse crescimento vem sendo puxado pela indústria que passa a ter diferentes opções de produtos, uma gama mais completa para atender as necessidades do agricultor dentro do seu manejo, passa a ter diferentes players, diferentes indústrias produzindo. Então a quantidade de diferentes marcas e opções de produtos na gôndola para o produtor são maiores. E do lado do produtor também tem tido uma adoção muito maior”, explica Marcellino.

O nível de conhecimento do produtor sobre o uso dos biológicos também aumentou, dessa forma há uma busca por novas moléculas, novos ingredientes ativos para que se consiga fazer o correto manejo na sua lavoura. “Muitas vezes ele [o produtor] tem enfrentado dificuldades para determinadas pragas e doenças através do manejo convencional, que é usualmente através de defensivos químicos; então o uso de biológicos tem entregue para o agricultor uma alternativa por ser um novo módulo de ação nessas diferentes doenças e pragas. E isso faz com que esse mercado tenha uma franca expansão no passado, no presente e a expectativa é que para o futuro isso permaneça também”, salienta.

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Segundo o levantamento da Spark Inteligência Estratégica o mercado total de bioinsumos movimentou R$ 1,7 bilhão, com crescimento de 37% comparado ao ciclo 2019/20 (R$ 1,235 bilhão). E os bioinseticidas, responderam por 25% das vendas no setor de biológicos, o que corresponde a R$ 417 milhões.

Nesta safra a guerra entre Rússia e Ucrânia, vem sendo motivo de apreensão para o setor. “No final do ano passado teve uma certa tensão em função da possibilidade, e eventualmente aconteceu de fato, de ter uma restrição da oferta de determinados produtos químicos, quando acontece esse tipo de cenário e somado a falta de produtos vem também um potencial aumento de preços e acaba sendo desafiador para o agricultor conseguir acompanhar esse aumento de preço”, destaca Marcellino.

“Quando a gente tem esse tipo de conjuntura, de falta de produto e os produtos quando são encontrados tem um preço muito acima do que o agricultor tem capacidade de arcar naquele investimento que ele está fazendo e a expectativa de rentabilidade que ele tem, ele busca alternativas e o biológico tem sido uma baita alternativa, uma grande ferramenta para o agricultor nesse momento”, complementa.

Hoje no mercado brasileiro grande parte da produção de produtos biológicos acontece localmente, ao contrário “das indústrias químicas onde existe uma grande consolidação dos fornecedores das principais moléculas. Então qualquer impacto que afete uma marca, acaba afetando diferentes marcas porque muitas vezes os fornecedores das matérias-primas são os mesmos. No mercado de biológicos isso é mais pulverizado, o que faz com que o risco de oferta e o aumento repentino de preços seja muito menor. Então dentro do ano de 2023 esse fator ainda pode contribuir para um crescimento ainda maior do que está sendo esperado”, prevê Marcellino.