Desafios da Soja

Em ritmo lento, colheita da soja no RS alcança 38% das lavouras

A alta umidade no ambiente das lavouras segue atrasando a colheita da soja no Rio Grande do Sul. A operação evoluiu para 38% das áreas na última semana, conforme o Informativo Conjuntural, divulgado hoje (14) pela Emater/RS-Ascar. No ano passado, a colheita já chegava a 56% dos cultivos neste período, enquanto a média geral seria de 70%.

Os prejuízos na produtividade seguem estimados em 55%, com projeção de 1.500 kg/ha. “A produtividade é variada, mas é superior à obtida nas cultivares precoces ou nas lavouras implantadas no início do período recomendado, colhidas anteriormente”, reforça o documento.

Na metade Norte do Estado, por exemplo, foram raros os momentos em que foi possível realizar a operação. As lavouras que se encontravam próximas ao ponto de colheita foram colhidas, embora a umidade dos grãos estivesse acima do ponto ideal. Além disso, há um pequeno prolongamento no ciclo previsto das cultivares, devido ao retorno das chuvas regulares.

“Os produtores optaram por antecipar o corte, condicionados pelas previsões de continuidade de chuvas nos dias subsequentes. Para isso, utilizaram herbicidas para desfolha da soja e também para controle de plantas invasoras nas entrelinhas ou nas falhas de estande, as quais tem potencial de causar grandes problemas pela elevação da umidade e pelo aumento das impurezas”, relata a Emater/RS-Ascar.

As lavouras em maturação representam 45% da área cultivada; em enchimento de grãos, 15%; e em floração, 2%.

Manejo

Nas lavouras em estádios de formação e enchimento de grãos, foi constatado aumento considerável de infecção de ferrugem asiática e maior incidência de percevejos. Nesses locais, foram realizados os manejos fitossanitários necessários, como aplicação de fungicidas e inseticidas.

Apesar disso, a ocorrência de esporos da ferrugem asiática iniciou seu processo de diminuição em função do avanço da colheita. “De forma generalista, a safra 2021-2022 se caracterizou pela presença constante de esporos no território gaúcho, em menores quantidades no início do período de desenvolvimento da soja com elevação a partir do avanço nos estádios de desenvolvimento”, informa o Programa Monitora Ferrugem RS. Em função da estiagem, os relatos da ocorrência de doença no campo se deram a partir de março.

Regionais

Na regional de Erechim, a preocupação é a continuidade de chuvas durante a colheita, o que pode elevar as perdas. A produtividade esperada é de aproximadamente 2.100 kg/ha, com perdas de 44% da expectativa inicial.

A produtividade das lavouras colhidas na última semana também apresentou leve acréscimo na regional de Ijuí, onde a colheita já alcançou 28% das áreas. “A maturação das lavouras está acontecendo em ritmo muito mais lento do que nos anos anteriores, e ainda há grande desuniformidade de maturação”, relata o documento. A produtividade estimada é pouco inferior a 1.100 kg/ha.

Em Passo Fundo, estima-se que foram colhidos 44% dos cultivos e que 43% estejam maduros. A produtividade projetada atualmente é de 1.950 kg/ha.

Com informações da Emater/RS-Ascar