Agronegócio

Chuva atrasa colheita e pode afetar soja no Norte do RS

Com cerca de 20% da área de soja pronta para ser colhida, produtores da região Norte do Rio Grande do Sul aguardam agora uma trégua das chuvas para realizar a operação. Após meses sem chuvas regulares e com perdas na produtividade de cerca de 45%, há a possibilidade novos prejuízos devido à umidade na regional de Erechim. No entanto, ainda não há perdas consolidadas pelas chuvas, que apenas devem se confirmar caso as precipitações permaneçam.

“Se persistir as chuvas como está hoje (11), pode ter perdas, as chuvas estão bem intensas e tem bastante pra colher. Mas ainda não tem perdas, pode ocorrer”, ressalta o assistente técnico regional em grãos da Emater/RS-Ascar, Luiz Ângelo Poletto. As dificuldades encontradas são para entrar nas lavouras com as máquinas e também a umidade, que pode afetar a qualidade dos grãos. “Ela está pronta para colher e tem que secar. Ela está madura, se não colher vai ter perdas”, avalia o especialista.

Desta forma, o ritmo da colheita na região é lento, com cerca de 20 a 25% da área colhida. A expectativa é que a operação seja acelerada com condições melhores. “Se o tempo melhorar, o pessoal vai passar a Páscoa colhendo, não vai ter Páscoa porque não pode esperar”, estima Poletto.

Além disso, neste ano o encerramento da colheita será mais tarde, estando previsto para o período entre 10 e 15 de maio. A demora é decorrente da soja plantada mais tarde, devido à estiagem. É nessas áreas, inclusive, que reside a expectativa de melhores produtividades. “Nas primeiras áreas, com variedades mais precoces, a produtividade foi mais baixa, chegou a 600 a 900 kg por hectare. Quanto mais tarde, mais está aumentando a produtividade”, ressalta o assistente.

As chuvas que ocorrem agora estão contribuindo para essas áreas mais tardias. A regional estima uma produtividade de 2080 kg/ha nesta safra, “se a chuva não prejudicar, principalmente no período da colheita”, avalia Poletto.

Previsão

Apesar da preocupação, a previsão é de que a frente fria que atua no Rio Grande do Sul se afaste na quarta-feira (13), conforme a Climatempo. Desta forma, as instabilidades começam a perder força. Ainda assim, a previsão de chuvas em Erechim se mantém até a quinta-feira (14), segundo o Instituto Nacional de Meteorologia.

Preocupação

Na região, a próxima safra e seus desafios rondam a cabeça dos produtores. A queda no preço da soja e o aumento dos custos de produção geram uma relação de troca que é a “pior dos últimos anos”, conforme o assistente. “O custo de produção vai encarecer e vai haver necessidade de mais sacas para pagar o custo de produção”, explica. Nesse contexto, as compras já estão sendo atrasadas e espera-se que os produtores plantem com menos fertilizantes.

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