Economia

Rússia mantém cotas para exportação de fertilizantes

O Brasil é quarto maior mercado consumidor de fertilizantes e depende da importação de aproximadamente 85% do que utiliza no país.

As cotas para as exportações de fertilizantes devem ser mantidas por pelo menos mais um ano pela Rússia. Essa restrição, em meio ao plantio e planejamento das culturas de inverno e verão, deixa o agronegócio em alerta com o risco da falta do insumo, já que a previsão é de que o estoque de fertilizantes brasileiro esteja garantido somente até outubro, segundo a ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina.

O Brasil é quarto maior mercado consumidor de fertilizantes e depende da importação de aproximadamente 85% do que utiliza no país. Desse número cerca de 23% vem do estoque russo. A limitação da saída de fertilizantes nitrogenados foi acordada em Moscou, antes do ataque à Ucrânia. E era válida de 1º de dezembro a 31 de maio.

A Comissão de Relações Exteriores (CRE) recebeu o Embaixador da Rússia no Brasil, Alexey Kazimirovitch Labetskiy, para prestar informações sobre a crise internacional entre Rússia e Ucrânia e suas consequências. O embaixador afirmou que o governo russo deseja aumentar a cooperação entre ambas as nações e garantiu a continuidade do fornecimento de fertilizantes, mesmo com o bloqueio econômico enfrentado pela Rússia, que ele chamou de “sanções ilegítimas”.

“Confirmamos a nossa vontade de continuar fornecendo os fertilizantes de todos os grupos para a República Federativa do Brasil […]. O nosso mercado está aberto para os produtos finais da agroindústria brasileira”, frisou Labetskiy.

Cotas

Segundo informações da Interfax, a Subcomissão de Tarifas Aduaneiras e Regulamentação Não Tarifária da Rússia decidiu aumentar as cotas de exportação de nitrogênio e fertilizantes complexos em 231 e 466 mil toneladas, respectivamente. Ainda de acordo com a agência de notícias russa, a medida foi atualizada levando em consideração o balanço de produção e consumo desses tipos de fertilizantes.

O volume máximo de exportação de fertilizantes nitrogenados dentro das cotas válidas até 31 de maio de 2022 foi fixado em 5,9 milhões de toneladas e o complexo em 5,35 milhões de toneladas. Posteriormente, a cota de exportação de ureia foi aumentada em 280 mil toneladas, levando em consideração o comissionamento de novas capacidades pela Akron.

Além disso, a partir de 1º de fevereiro, uma proibição de dois meses à exportação de nitrato de amônio foi introduzida na Rússia. O embargo foi estendido até 1º de maio, informou a Interfax.

Com informações da Agência Senado, Agência Brasil e Interfax.