Agronegócio

La Niña continua, mas não deve provocar escassez de chuvas no Sul

Após um verão de estiagem, o outono começou com surpresas e esperança para os produtores do Sul do Brasil. A região já chegou a registrar temperaturas negativas, inclusive geada em alguns pontos, e chuvas volumosas neste começo de abril. Apesar das mudanças, um fantasma segue presente: o La Niña. O fenômeno que tem como característica “secar” o Sul do país, especialmente o Rio Grande do Sul, segue presente e se manterá ativo, podendo chegar até o começo do inverno.

No entanto, sua influência será amenizada por outros fatores climatológicos, o que deve evitar um novo período intenso de falta de chuvas. “O jogo de temperaturas como está agora, entre a costa da Argentina e a costa Sul do Brasil e do Sudeste, vai facilitar a passagem de várias frentes frias. Então, embora você tenha um La Niña, o Sul do Brasil não vai ficar tão desprovido de chuva quanto poderia acontecer”, avalia a meteorologista da Climatempo Josélia Pegorim, em entrevista à Live Destaque em Pauta.

“Apesar do La Niña, não será um outono de secura total no Sul”

Josélia Pegorim – meteorologista da Climatempo

Previsão para os próximos meses

O mês atual deve apresentar mais chuva do que o normal, principalmente no Paraná e Santa Catarina. A previsão é de pancadas de chuva nos próximos dias e mais uma frente fria na segunda quinzena do mês. A situação acaba impactando a colheita das culturas de verão, como arroz e soja. “Para este abril, os agricultores precisam ficar atentos às previsões de área, porque provavelmente vai ser aquela colheita em que você vai aproveitando as janelas ao longo do dia, ao longo da semana, porque não vai dar pra contar com o tempo firme e aquele tempo seco durante abril inteiro, ao contrário”, alerta a especialista.

Ondas de frio mais intensas devem começar a chegar na segunda quinzena de maio, quando a região começa a esfriar mais. Nesse período, entra a possibilidade de geadas em áreas amplas. Apesar disso, o mês deve ser mais seco. Na maioria das áreas do RS, deve terminar com chuvas dentro a abaixo da média, assim como no Planalto e Meio Oeste catarinense e no Sul e Sudoeste do Paraná.

O frio realmente intenso é aguardado para o mês de junho, que também tende a registrar mais chuvas na região Sul.