A soja finalmente encontra condições adequadas para o desenvolvimento no Rio Grande do Sul. Desde o início de março, são registradas chuvas e períodos de tempo firme, alternadamente, e temperaturas mais amenas. Essa situação proporciona uma evolução mais adequada à cultura em fases anteriores à maturação, conforme o Informativo Conjuntural, divulgado nesta quinta-feira (17) pelas gerências de Planejamento e Comunicação da Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr).
“As lavouras em recuperação apresentam plantas com porte médio, aumento de ramificações, emissão de folhas e concentração de vagens em formação no terço superior. Para as lavouras semeadas no final do período recomendado, houve um aumento significativo do número de nós e trifólios nas plantas bem como folhas de maior tamanho, dando aspecto visual de lavouras bem desenvolvidas”, descreve o documento.
As condições favoráveis, no entanto, são muito tardias para grande parte da área cultivada. O estado tem 9% das áreas de soja colhidas. Apesar das precipitações atrapalharam parcialmente a colheita, a operação seguiu sendo realizada em lavouras que foram mais afetadas pela estiagem, com cultivares mais precoces.
Doenças
A boa disponibilidade de umidade nos solos diminuiu o estresse com ervas daninhas, mesmo em lavouras com infestação. Porém, o aspecto fitossanitário preocupa pela umidade presente na primeira quinzena de março. “Estabelece atmosfera oportuna para doenças, com alerta da assistência técnica e produtores ao monitoramento do surgimento e de sua proliferação”, informa a Emater.
Além disso, esporos de fungo da ferrugem asiática foram identificados em coletores instalados na metade Sul do Estado. Diante disso, a Emater indica a aplicação de fungicidas para a proteção de lavouras que têm encerramento de ciclo previsto para o final de março ou para abril.
A ocorrência da lagarta falsa-medideira (Chrysodeixis includens) também aumentou, tanto em cultivares sem resistência a insetos quanto com cultivares com tecnologia Intacta. “Os inseticidas com ação de choque não apresentam resultados satisfatórios até o momento. Alguns produtores com lavouras situadas em áreas de várzeas não conseguiram realizar pulverizações no período devido ao excesso de umidade nos solos”, relata a Emater.
Regionais
A colheita na regional de Erechim alcançou 5%. A projeção atual indica um rendimento 40% menor do que o previsto, com a produtividade das áreas colhidas ficando entre 900 a 1.500 kg/ha. Já em Frederico Westphalen, foram colhidos 7% dos cultivos, com má qualidade dos grãos. A expectativa de produtividade é próxima a 1.400 kg/ha.
Com informações da Emater/RS-Ascar