Após meses de déficit hídrico, as expectativas não são muito otimistas para o Sul do Brasil. Para o próximo trimestre, o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) prevê chuvas próximas e abaixo da média climatológica em praticamente toda a região. A condição é resultado dos impactos que o fenômeno La Niña pode causar, conforme o Boletim Agroclimatológico Mensal, divulgado hoje (10).
Além disso, a temperatura do ar deve prevalecer próxima e acima da climatologia do período. O estado mais afetado é o Rio Grande do Sul, onde as temperaturas devem ser ainda mais elevadas.
“Nos meses de fevereiro e março, são previstos baixos níveis de armazenamento de água no solo, principalmente no extremo sul do estado do Rio Grande do Sul”, conforme o Boletim. Nas demais áreas de região, os baixos volumes de chuva previstos também poderão reduzir os níveis de umidade no solo, principalmente no oeste dos estados do Paraná e Santa Catarina. A recuperação deve ocorre apenas em abril, para quando está previsto um ligeiro aumento do armazenamento em praticamente toda a região Sul.
Janeiro
Os acumulados de chuva na região foram menores que 200 mm no último mês. Como agravante, o último mês teve como destaque o calor. A Região Sul apresentou os maiores valores de temperatura máxima do país. A onda de calor mais intensa ocorreu entre os dias 12 e 26 de janeiro, quando as temperaturas máximas foram superiores a 10°C com relação à média. “As cidades de Uruguaiana (RS) e São Luiz Gonzaga (RS), por exemplo, registraram temperaturas máximas próximas aos 42°C, entre os dias 21 e 23 de janeiro”, relata o Boletim.
Essas condições “prejudicaram o desenvolvimento das culturas de verão, principalmente no oeste do Paraná e de Santa Catarina e no centrossul do Rio Grande do Sul, mantendo baixos os níveis de armazenamento no solo, que não passaram de 35%”, ressalta o documento.