Milho

Estimativa da Conab para safra de grãos e soja sofre redução

A estimativa para a produção brasileira de grãos na safra 2021/22 caiu para 268,2 milhões de toneladas. A informação consta no 5º Levantamento da Safra de Grãos 2021/2022, divulgado hoje (10) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No relatório anterior, de 11 de janeiro, a estimativa era colher 284,4 milhões de toneladas, resultando em uma queda de aproximadamente 5.7%.

As 268,2 milhões de toneladas ainda representam um crescimento em relação à temporada passada, no entanto a taxa caiu para 5%. “O desempenho da atual safra sofre impacto da forte estiagem, verificada nos estados da Região Sul do país e no centro-sul de Mato Grosso do Sul, que justifica as perdas expressivas nas produtividades estimadas, sobretudo nas lavouras de soja e milho”, explica o presidente da Companhia, Guilherme Ribeiro. Além disso, a chuva registrada em janeiro na região Sul não foi suficiente para atingir a média.

No caso da soja, 16,8% das lavouras já foram colhidas e a cultura deverá registrar uma produção de 125,47 milhões de toneladas. A diminuição é de cerca de 9% quando comparada com a safra passada e de 10.7% em relação ao levantamento anterior. Apesar do plantio dentro da janela ideal na maioria das regiões produtoras, o cenário mudou a partir de novembro devido às condições climáticas adversas ocorridas. “A influência do fenômeno La Niña interferiu fortemente nas precipitações registradas. Praticamente toda a Região Sul e parte do Mato Grosso do Sul sofreram restrição hídrica severa em novembro e dezembro, além de altas temperaturas, que provocaram drástica queda de produtividade nas áreas”, reforça o diretor de Política Agrícola e Informações da Companhia, Sergio De Zen.

Soja no Rio Grande do Sul

A produtividade média da soja esperada para o Rio Grande do Sul sofreu uma quebra de 37%, passando de 3.433 kg/ha para 2.161 kg/ha. Em algumas regiões, como o Planalto Médio, as perdas consolidadas ficam entre 50% e 70%. “As condições meteorológicas de janeiro foram péssimas para a cultura da soja, que se encontrava em estabelecimento, florescimento e início de enchimento de grãos”, destaca o Levantamento. Desde novembro as anomalias de precipitação foram maiores de 100 mm em todos os meses. A sequência de mais de 10 dias com temperaturas extremamente altas agravou a situação, considerada dramática pela Conab.

“Atualmente, temos 1% em maturação, 11% das áreas em enchimento de grãos, 41% em floração e 47% em desenvolvimento vegetativo. A situação das lavouras é, em geral, muito ruim, e depende da época de semeadura”, relata o documento. A esperança é de que as lavouras semeadas no final ou depois da janela ainda possam produzir de forma razoável, caso as chuvas se regularizem. Entretanto, o relatório afirma que isso é improvável.

Demais culturas

Já para o milho, apesar do clima adverso para a primeira safra, a Conab espera uma recuperação na produção nacional. Segundo a estimativa da estatal, deverão ser colhidos 112,34 milhões de toneladas, um incremento de 29% em relação a 2020/21. A primeira safra do grão deve permanecer em 24 milhões de toneladas, volume muito próximo ao colhido na temporada passada. Já para a segunda safra é esperado um aumento de 47% na colheita, podendo chegar a 86 milhões de toneladas. “Esse aumento é devido aos preços atrativos praticados pelo mercado e pelo plantio realizado na janela ideal da soja, principal cultura que antecede ao milho”, ressalta o diretor. Segundo o Progresso de Safra, divulgado no último dia 7, já haviam sido semeados 22,4% da área prevista, com destaque para Mato Grosso, com percentual de plantio que chega 42,6%.

No caso do arroz, a Conab estima uma queda de produção em torno de 10%, com a colheita prevista em 10,57 milhões de toneladas. De acordo com o levantamento, a questão climática no Brasil é apontada como um dos fatores determinantes para as expectativas da safra 2021/22. As altas temperaturas no RS e a redução dos níveis dos mananciais impactou a produção.

Já a produção de feijão deve se manter em torno de 3 milhões de toneladas. A primeira safra, deve apresentar uma queda na colheita de 4,2%, podendo chegar a 935,5 mil toneladas. O resultado reflete a redução tanto de área cultivada quanto de produtividade. Mas, a expectativa é que as próximas 2 safras da leguminosa apresentem recuperação.

O algodão já está semeado em cerca de 79,6% da área destinada ao cultivo do grão. A expectativa é que a produção cresça próximo a 15%, chegando a 6,6 milhões de toneladas. Esse crescimento reflete não só o aumento da área cultivada, bem como das condições climáticas favoráveis à semeadura, germinação e desenvolvimento vegetativo, assim como a semeadura dentro da correta janela de plantio. Apenas a pluma da fibra deve registrar uma produção de 2,71 milhões de toneladas.

Com informações da Conab