A colheita do milho avançou para 34% da área cultivada no Rio Grande do Sul. O plantio chega a 97% da área total estimada, sendo que 13% está em germinação e desenvolvimento vegetativo, 26% em enchimento de grãos e 20% em maturação. A situação da cultura no estado consta no Informativo Conjuntural, publicado hoje (27) pela Gerência de Planejamento da Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr).
“As altas temperaturas e predomínio de tempo seco induziram à rápida maturação. A massa colhida apresentou espigas e grãos de tamanho reduzido, dificultando a operação de separação do restante da planta, necessitando redução de velocidade de deslocamento e maior atenção na plataforma de colheita mecanizada. As lavouras em enchimento de grãos e maturação, que representam 41% da área plantada, apresentam uma rápida senescência das folhas, podendo comprometer a formação final dos grãos”, relata o documento.
As regionais de Frederico Westphalen e Passo Fundo registram as maiores expectativas de quebra na produtividade, com 65% e 64%, respectivamente.
Em um cenário de perdas, as lavouras irrigadas do estado ainda apresentam potencial produtivo satisfatório. No entanto, o fornecimento de água não é capaz de reduzir o estresse causado pelas temperaturas noturnas elevadas. Elas aumentam a respiração das plantas e causam menor acúmulo dos produtos oriundos da fotossíntese. As temperaturas máximas próximas dos 40°C também podem reduzir a duração do ciclo da cultura e afetar a germinação dos grãos de pólen na floração, fatores que podem condicionar a redução da produtividade.
Milho silagem
Estima-se que 70% da área destina a cultura tenha sido implantada. A estiagem provocou retardamento na semeadura do milho silagem, repercutindo em atraso na produção de alimentos para o rebanho bovino. As chuvas ocorridas entre 17 e 22 de janeiro permitiram a retomada da semeadura nas principais regiões produtoras no Estado.
A colheita já alcançou 48% da área ocupada e a produtividade obtida é 17,5 toneladas por hectare, representando 52% de redução na quantidade inicialmente estimada. A qualidade do material ensilado também está aquém da expectativa inicial, com plantas com folhas mais fibrosas e com proporção de grãos abaixo do ideal.
Soja
O registro de chuvas em vários municípios nos dias 16 e 17 de janeiro refletiu na queda das temperaturas, porém o quadro não se manteve por muito tempo, com o retorno do calor forte. Os volumes precipitados foram um alento, mas não o suficiente para melhorar a performance do ciclo que avança na fase de enchimento de grãos para 19%, 37% ainda está em floração e 44% ainda em germinação e desenvolvimento vegetativo. O plantio chega a 98% da área total estimada para a cultura no Estado.
Nas regionais de Frederico Westphalen, Santa Maria e Passo Fundo, o cenário se mantém grave diante do prolongamento das altas temperaturas. Áreas semeadas no final de outubro e novembro demonstram dificuldades no desenvolvimento vegetativo, evidenciadas pelo baixo porte das plantas. Fator agravante é a falta de água nas fases críticas do florescimento e da formação de grãos, que causa abortamento de flores e vagens, além de casos de morte de plantas. As perdas estimadas se aproximam de 30%. O calor e a falta de umidade têm provocado o surgimento de tripes, que exige monitoramento e controle.
Ferrugem asiática
A ocorrência de esporos de ferrugem asiática da soja foi relatada nos municípios das regiões Norte e Noroeste do Estado no período de 10 a 17 de janeiro. “Nas últimas semanas as condições climáticas não foram favoráveis para a incidência da Ferrugem Asiática da Soja, no entanto, com a retomada das precipitações recomenda-se a observância das condições ambientais, principalmente nos locais do Estado com a presença de esporos”, recomenda a Emater.
Arroz
A estimativa de produtividade do arroz reduziu 2%, mas se mantém ao redor de oito mil quilos por hectare. Ainda assim, as temperaturas extremamente elevadas nas regiões Oeste e Centro do Estado devem acentuar a queda na produção.
No geral, a cultura apresenta 55% da área em desenvolvimento vegetativo, 35% em floração e 10% em enchimento de grãos. Poucas lavouras iniciaram o processo de maturação.
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Fonte: Emater-RS/Ascar